sábado, 28 de fevereiro de 2009

E eis me aqui,tão entediante e silencioso quanto uma sala de espera.Eu não vou atender o telefone.Definitivamente,não é pra mim a ligação.Nunca é.Porque tanta vontade de explicar o que não tem explicação?Sorte dos dogmáticos,dos que tem a quem empurrar suas cadeiras de rodas e principalmente dos que tem a quem trazer-lhes água gelada.

Não sei onde estou,apenas estou aqui.E sei o nome de cada um desses mil fantasmas.Acho que não sou amigo dos meus amigos.Acho que não sou amigo de ninguém.

"Todos meus amigos fumam
Todos meus amigos querem morrer"

Não faz a menor diferença quando o mundo gira em torno de você.Não importam as notícias,o calor,o frio,do lado de fora.Especialista em armas brancas.E sai à noite pra amolar os dentes em línguas desconhecidas.Tão aparentemente alegre e vazio quanto o carnaval.Odeio ouvir conversa fiada,os problemas são seus,não meus.Bebida de graça tem seu preço.

E a praia de noite até parece amigável,o mar convida e eu ainda tenho três cigarros e algumas horas antes do Sol.Dúvida nenhuma.Não conheço essa parte da cidade.Não sei aonde vou,mas preciso ir pra bem longe daqui.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E se eu disser que não tenho nada talvez esteja mentindo.Posso contar erros e problemas inúteis como quem conta as estrelas no céu.E sem me cansar.A vida inteira,as pessoas vêm,deixam sua marca e vão embora.E básicamente as pessoas só servem pra isso em volta de mim.Chegam,apreciam e rapidamente se sentem ofendidas ou testemunhas de absurdos ou apenas enjoam do que veem.E consequentemente,cada vez mais rápido,as pessoas estão se afastando de mim.

É uma sensação parecida com enterros.Você vai,se sente desconfortável e não quer voltar lá.Mas as pessoas não param de morrer.E todos os dias tem enterro.Eu não peço pra ninguém se aproximar e também não faço questão de conhecer pessoas novas ou estar com alguém.Mas é como traição tirarem de você seus melhores pensamentos,seus sorrisos mais sinceros e simplesmente virarem as costas procurando por gente nova.

Não sou um grande entusiasta de qualquer tipo de relação humana,e isso vem com o tempo,quanto mais se conhece,mais se afasta.Talvez seja essa a explicação de eu estar sozinho.Mas eu gosto assim,não faz muita diferença entre poços e piscinas pra quem sabe nadar.

O gosto é amargo e ácido,e as pessoas costumam provar uma vez só.E eu nem preciso me esforçar pra irritar ou fazer irem embora.Insuportável.Bem familiar esse adjetivo.Eu não peço pra se aproximarem,mas também não peço pra irem embora.E ver as pessoas pelas costas se tornou tão fácil,porque elas estão sempre indo.

As vezes incomoda se sentir completamente sozinho,você prefere dormir à fazer besteiras ou procurar decepções por aí.Ainda não inventaram comprimidos pra dormir com gosto de morango ou laranja,talvez eu patentie isso e fique rico um dia.Solidão não é um problema,é na verdade menos um deles.Quem não tem nada ou ninguém,não tem nada a perder,e quem não tem o que perder está quase perto de ficar livre.

Dizem por aí que é impossível ser feliz sozinho.Impossível é ser feliz com pessoas.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

todo mês ela aborta um par de ovários
onde muito é nada e pouco são vários
cada cigarro vale uma alma

ela conta as formigas que saem do formigueiro
adora as teias de aranha embaixo da escada
ela admira os insetos
porque os insetos não têm coração

em nome do pai,que morra o filho
o espírito santo sorri em lugar nenhum
e o tênis sujo dela pisa nas pobres formigas


e dentro daquele quarto nem a luz entra
e ela prende os ratos da rua em gaiolas
e a cada dia dá um nome novo para cada um
na hora do almoço,eles comem pássaros

maria matou joão e o queimou na lareira da sala
joão sempre volta em pesadelos chamando maria
e quando ela acorda ninguém está lá além de mim

os anjos têm duas asas
para voarem mais alto
os demônios têm dois olhos
para chorarem em dobro

quando tudo isso acabar amanhã de manhã
nós perceberemos que um filho é só uma alma
e que uma alma só vale um cigarro

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

E agora,qual é o plano B?
Taí.Não me atrevo mais a sair de casa.Carnaval sem fim e até minha mãe diz que eu devo me divertir um pouco.Saio pra um desses blocos idiotas pra não me sentir à vontade,muito barulho,muito grito,muito bêbado e eu sóbrio demais.Vem um selvagem qualquer com sua dança da felicidade e me derruba sem nem perceber,vai embora com sua cerveja e sua cantoria em gritos.

Resultado;pé direito deslocado,inchado,joelho ralado,um pouco de sangue e a volta pra casa mancando.

Vai tomar no cu carnaval.Ainda bem que acaba hoje.Já eu,não sei por quanto tempo ainda vou mancar e sentir dor a cada vez que encostar meu pé direito inchado no chão.

:/

Viva a diversão!!!




(Eu posso ser rabugento como meu avô,mas eu tenho meus motivos pra parar de tentar)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ar

Valioso como diamantes,sem mim não há você.Por dentro e por fora,te conheço por inteira.Não há pra onde correr quando o destino é lugar algum.Não fica nervosa,senta-te e acalma-te:

Inspira;trás pra dentro o que te fizeres melhor,se não há nada que te complete,recorta-te em pedaços.Aumenta o contraste da tv,faça as coisas mais claras.Sorrisos são tão caros quanto dentes brancos,economize-os.

Respira;Põe pra fora tuas ansias,devolve os socos mas não quebre as unhas,repara como diminuis me botando pra fora e o quanto eu te preencho,você conta a versão que eles querem ouvir,mas nós sabemos que não é tão glorioso assim.

Prende a respiração;quanto tempo você aguenta sem teu ar?Se eu for embora,tu sufocas.

Fecha os olhos;senão chora.

Não te esqueças que mesmo no teu enterro eu estarei lá,por dentro,por fora,tão infinito quanto suas mentiras.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

- Concede-me a última dança?
- Não.

Tudo bem,eu não sei dançar mesmo...

Absolutamente Nada.

me mostre algo que eu não possa quebrar
e eu serei eternamente grato a você
quando eu tiver que me ajoelhar
você será a primeira a saber

os futuros são os mais incertos e feios
e eu posso escolher entre os mais mortos
ou fingir que não vi nada acontecer
tão simples quanto viver e morrer

eu ainda sinto
porque ainda sangro

e é tão doce que apaixona
e eu falo sem parar
e é tão fácil de se esquecer
mas eu lembro a cada minuto
eu falhei mesmo em ser um monstro
mas não falho em morrer de novo
e é tão ruim quanto deveria ser
mas não tanto quanto eu

eu ainda odeio
porque ainda amo

e eu tropeço como um aleijado
e é tão entediante quanto arte
você deve sorrir do outro lado
juntando cada pedaço,cada parte

um sorriso enche todo espaço entre um abismo e outro
as diferenças se tornam tão iguais
algo estranho faz de nós
dois estranhos tão normais

Pro inferno com os corações.Você também sabe que não servem pra nada.E as coisas só começam pra terminar e as pessoas só não querem sair feridas.Isso não inclui não ferir os outros.Eu prefiro amar alguém que eu nem saiba o nome.Eu prefiro amar a mim mesmo.E boa sorte pros que ainda tentam,vejo vocês no fundo do poço.

E no fim,seus amores só os chamarão de passado e experiências infrutíferas.

fikdik.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Todo carnaval tem seu fim.


AINDA BEM.

E tudo isso é uma pena.
Pena de pombo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

E eu que achava que essas coisas nem existiam mais.E realmente não existem.Ceder é fraqueza,mas parece menos hipócrita que a vontade e o desejo.Não,eu nem quero,eu nem gosto.E quando o estomago queima de raiva,eu poderia dizer que são borboletas de fogo só pra parecer poético e bestinha pra você.

Não quero fazer parte do joguinho corporativo das floriculturas,não quero assinar sentenças,acordos ou trancar as grades da minha prisão corporativa.O peso do coração influi,o tamanho não.E eu sorrio de volta e sinceramente quando você sorri com seus dentes tortos e amarelos que eu gosto tanto.Não faz diferença se alguém se sente bem do lado de outro alguém,não faz a menor diferença hormônios,química humana e secreções românticas.Foda-se.Amor não passa de impulsos elétricos,você pode muito bem voltar pra casa sozinha.

Os casais só foram feitos pra transarem e brigar,não queira ser mais um ébrio a chamar um adulto de bebê ou qualquer apelido imbecil.Não é nada difícil te ouvir ou falar,mas o silêncio é mais sincero que qualquer frase bonita dita no meio da madrugada ou quando se acorda do seu lado.As pessoas enjoam das outras rápido,sabia?E é uma pena que elas percam seu tempo a vida inteira procurando o que não existe.Seria estranho dar um nome a isso tudo.

É horrível admitir mas eu sinto saudades quando você não está aqui e eu não estou aí.E é horrível admitir,mas é só saudade do conforto que você causa,não do que você é.Espero que não seja de outro jeito.Espero que não esperes nada de mim.

E daí que é diferente,a atração é por carne,e todos nós somos de carne.Confesso que prefiro seus ossos.Magrela e bobona.E jogar Super Mario,comer biscoitos de chocolate e ver desenho animado o domingo inteiro e se sentir bem não quer dizer nada quando você está sob efeitos de remédio.Poderia até ser diferente e aparentemente normal,mas antes que as crianças aleijadas nasçam,é melhor abortá-las.As coisas realmente não precisam ter nomes,rótulos,tempo e obrigações.Gente deturpa tudo,é incrível como as coisas morrem de fora pra dentro.Não vai fazer muita diferença voltar pro meu quarto,espero que não faça aí também.Sempre há outras caras e bocas e vozes e frases e mentiras.E assim como todos fazem,eu também posso muito bem ir embora com um sorriso no rosto.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"O inimigo do meu inimigo é meu amigo."

Não faz sentido,somos todos iniamigos então.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mim

Se eu disesse tudo o que sinto,
Eu provavelmente não diria nada

Silêncio

E é tão fácil de esquecer

De novo

A luz do dia não brilha pra mim

Amarelo
Anêmico
Morto

O Involúcro rachado
Tornou-se uma colônia de vermes
Que ganham asas e viram moscas
E mesmo os vermes vão embora

Voando

Para bem longe,levando consigo
Os pedaços de carne podre
E abandonando apenas a carcaça
E mesmo os vermes vão embora

Menos eu
Sempre eu
Nunca eu
Mim.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tenha modos.Tenha escrúpulos.Tenha dinheiro.Tenha tempo.Espera por mim,meus dentes logo ficam tão amarelos quanto os seus.Logo eu rio tossindo e me engasgando como você,logo eu fico pobre de tanto fumar,logo eu compro uma pá pra cavar minha cova.Laringite eu acho.Quando minha garganta ficar preta eu paro de fumar.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Somos Cromossomos.Somos como somos.E é até estimulante saber que te decepcionarei mais uma vez.Cerca de seis litros de sangue dentro de você.E as paredes nunca pareceram tão brancas.Os vasos de planta estão cheios de formiga.E você não sabe nem a metade do que pensa saber.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A fossa é tão bela e inexplicável que nos derruba quando menos se espera.E de certezas para uma única certeza.Não vai melhorar.A trilha sonora da minha vida poderia ser a velha música infantil

"A Dona Aranha subiu pela parede
Veio a chuva forte e a derrubou
Já passou a chuva,o Sol já vai surgindo
E a Dona Aranha continua a subir

Ela é teimosa e desobediente;
sobe,sobe,sobe,nunca está contente
já passou a chuva,o Sol já vai surgindo
E a dona aranha continua a subir"

E subjetivamente,desde a infância as pessoas são alertadas.Não tenho certeza se elas estão certas em fechar os olhos.Mas tenho outra certeza.Assim não é legal.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não ouço meus próprios conselhos.Os pensamentos apertados como num pacote de sedex.Ouço vozes.Só falam merda perto de mim.Cheiro de sopa estragada,todos podres e azedos.E eu ainda consigo ser amargo em dobro.Era uma vez alguém que tinha sonhos;acorde alguém com sonhos,cafeína ajuda.

A lucidez do despertar e a boca com gosto de ferrugem,a verdade não deve ter um gosto melhor que isso.Pra sempre é só um tiro na cabeça,não faça promessas nunca mais.E antes de represar o grande rio de aguas pretas,deixe que a correnteza leve todos os vestígios de passado embora.

Solidão tão sóbria que faz sorrir.Não faz mal algum,não dói,pelo contrário,supre os impulsos de matar e morrer.Auto suficiência.Menos masturbação.Eu preciso de alguém.Não quero nomes,não importa a cor dos olhos nem se gosta de The Kinks ou Animals.Os laços só servem pra se enforcar.Viva a carne,viva quem não necessita um coração.

E eu tenho minha melhor amiga enterrada no jardim,Mimi morreu e eu nem dei adeus.Egoísta.Os padres não devem usar roupas debaixo sob as batinas.Uns filhos da puta.Eu também consigo ser livre.Sem saúde,sem (F)utilidades e horários,não há necessidade de adotar planos B,de pensar formas novas de ganhar a banca ou de ir embora sem ter que pagar.

"I welcome destruction with open arms."

Ácido e amargo,é tão intenso que consigo sentir as cores do som de uma gargalhada cínica.Gosto de fumaça na boca,pulmões cada vez mais negros.O que não te mata,te deixa mais puto.
Se eu quisesse salvar o mundo,começaria uma guerra.Se eu quisesse menos poluição,parava de fumar.Se não gostasse de vodka,eu preferiria aqueles drinks aboiolados e coloridos.Se gostasse do jornal,eu não assistiria o canal de desenhos.

E eu me forço a tentar ser normal.Grande merda se achar diferente,hoje é pop ser cult.E eu assisto ao jornal,e tento parar de fumar,e não ser tão ébrio e ser cada vez menos eu.E aí é que está o erro da coisa.Eu só posso ser mim mesmo.E não quero ser de outro jeito,não quero ser outro alguém.Bom dia céu nublado,desculpe eu ser eu,mas estamos aí.

Es-crú-pu-los.

Palavrinha interessante.Desconheço.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

É tudo sobre estética.É tudo sobre estática.Metafisica o caralho.Ela não gosta do fato de eu já tê-la visto pelada.Nessas horas,um sorriso sincero só consegue piorar as coisas.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

E se eu pudesse,eu andava a pé todos os dias e pra todos os lugares não importando a distância.Tenho dois pés tortos e a certeza de que meus tênis velhos aguentam quilômetros e quilômetros de chão,terra,asfalto ou lama.

Mas as pessoas têm relógios,logo,não têm tempo.Horários,compromissos e trânsito.E no ônibus,não há área pra fumantes.E no ônibus,é dificil dizer quem tem o perfume mais barato,quem me irrita mais.E eu deixo a questão;"Por que com tantos lugares vagos vem sempre um desgraçado sentar do meu lado?"Odeio contato físico com estranhos.Odeio sentir cheiro de gente.Gente suada,mal educada,gente que peida no ônibus.E eu sempre tenho a descomunal sorte de aparecer uma pessoa com glúteos tão grandes quanto um assento.Cansei de me espremer,cansei de sentir a pele suada e fedorenta de gente desconhecida,simplesmente cansei.

Hoje,eu cheguei ao ponto de chamar uma gorda senhora de "dirgraçada".Eu sempre me fodo.Olhares grandes e feios pelas minhas costas.Eu inevitávelmente sempre sou o monstro feio e mau.Voltei pra casa a pé,antes que fosse expulso do ônibus.Que tinha tantos lugares vagos,mas a moça que não tem culpa nenhuma veio pra perto de mim.Eu tenho sérios problemas em me relacionar com pessoas,e isso faz com que as pessoas instintivamente criem problemas pra se relacionar comigo também.Não sei se o problema sou eu ou se são os outros.

"impressionante como eu nunca faço nada,
a confusão que sempre vem atrás de mim
falo isso para o meu psiquiatra mas é claro,
ele não entende"

No tempo dos remédios eu pelo menos não me arriscava fora de casa...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ela não sorri.Ela não chora.Ela não tem coração.Também não gosta de dividir cigarros,mas sempre os pede para pessoas aleatórias.Coisa de quem morde a mão que afaga,de quem escarra na boca que beija.Ela não tem asas.Ela não tem nada.Ela finge que não se importa.Quando fizer 18,ela vai comprar uma arma.Quando fizer sol ela irá à praia.Quando o céu cair ela pára de cheirar pó.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A faca rasga.E eu choro.(MAIS).Ele sorri,a pele é fina e eu amarelo.Sangra.E ele sorri.O sangue escorre,nunca acaba,uma fonte interior,uma ponte inferior,um NADA.Ele sorri com dentes brancos,não se suja com meu sangue.Para dentro e para fora,a faca transa comigo.O sorriso não morre no rosto dele.Nenhum brilho em seus olhos,nenhuma visão em seu brilho.Queima.Devagar.Abre caminho por rios vermelhos como um desbravador.Com um sorriso de ferro,imortal.A faca brinca e ele não cansa,para dentro e para fora.Eu grito,ele gosta,eu choro,ele para para secar minhas lágrimas.Sim,ele tem sentimentos.Hojeeu descobri,a dor é vermelha.Dói tanto!Por quê ele não termina logo?!O sangue estanca,o chão tem minha cor interna.Agora eu faço parte do lugar.Dedo por dedo,pedaço por pedaço,ninguém nunca mais me dirá adeus.agora eu sou nós.Nós todos,vermelhos,sangrados,espalhados por todo o chão.Ele se senta ao meu lado.Pergunta se estou bem.Porque ele se importa comigo.Ele só queria conversar.Eu não devia ter corrido,Talvez tivesse sido mais fácil sorrir de volta e dizer olá.



(De um sonho.)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cada um tem o que merece.



Tá explicado.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Guarde meus holocaustos na gaveta do meio por favor.
Desisto de desistir.Podem sorrir,gritar tão alto quanto seus nobres pulmões aguentarem e carregarem suas armas.Estou de braços abertos e tenho apenas palavras e ódio como proteção.Eu também consigo cuspir e vomitar tão longe quanto vocês,queridos vermes.Seja bem vinda de volta,destruição.

Nesse filme não há intervalo,o ar entra,o ar sai,e os olhos inquietos sempre procuram dinheiro perdido pelo chão da rua.Eu quero tv a cabo.Então eu acabo.Mais de cem canais.E não tem porra nenhuma em nenhum deles.Criaria pombos se eles não tivessem asas,viveriam soltos na sala e assistiriam aos desenhos repetidos comigo.Fumantes passivos,não teriam fôlego pra fugir correndo,muito menos voando sem asas.

Eu também te quero bem,um comprimido pra indigestão e a certeza de que teria sido melhor enfiar os dedos goela adentro e vomitar um arco-íris.Tenho quase certeza de que me arrependo por ter sentido inveja do meu irmão,na lixeira do banheiro,em pedaços vermelhos,pequeno,abortado.Não precisa de espaço,eu aceito dormir no chão,deve haver algum lugar pra mim por aí.

Minha mãe me viu nascer,e eu devo ter chorado pra caralho,gritado bem alto.Meus pulmões rosados de bebê e minha gengiva à mostra.Quando eu era criança,devem ter sorrido ao me ver alguma vez.De cabeça baixa,eu chego ao fim da rua,talvez aqui seja o fim do mundo.E agora que não há mais pra onde ir,o que eu faço?

O último parágrafo não precisa ser o fim,eu não quero morrer,tampouco,quero continuar aqui,vi-ven-do.O ar entra,o ar sai,e eu ainda não respirei o suficiente pra correr até em casa sem cansar.Juro que se minha miopia aumentar mais arranco os olhos.Meu óculos novo não é bonito,tampouco,fico menos pior sem óculos.Uma boa hora pra raspar a cabeça.Mas não gosto de navalhas,não gosto de ninguém.

Seria ótimo achar na rua um carteira cheia de notas gordas e azuis,seria ótimo saber o dia e hora exatos da minha morte.Seria lindo dar uma festa,centenas de pombos,milho,vodka e meu último maço de cigarros.Eu prefiro ser cremado e virar adubo numa plantação qualquer,por favor.Eu troco minha lista de pessoas pra matar por uma lista de coisas pra comprar.Vamos voltar pra casa eu e meu eu-lírico.A pé.Pensando no primeiro item da lista de coisas pra comprar.Eu só preciso de dinheiro.Além de um pacote de biscoitos de chocolate,um dia desses eu queria fazer sentido também.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

E eu só sei porque você já sabe.As noticias não páram de ficar velhas.Cansei de assistir a tv desligada,é tudo preto e não se mexe.E os rumores se espalham tão rápido quanto SARS.Preciso ir embora dessa cidade,desse quarto,desse mundo.Lembra como nós fomos felizes?Eu não.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Solene como um enterro,o silêncio tem mais valor.E ele permanece calado com um sorriso cínico no rosto enquanto reinos ruem e torres despencam.Cada dia no futuro valerá menos a pena,cada dia no presente é tão inútil quanto ontem.

Tanto remorso por coisas que nem sente mais,ele dançava a sinfonia da tragédia com maestria e leveza.Um por um,todos indo embora,com nojo,com medo,com desprezo.Quem de nós é pior?Os monstros vivem no escuro apenas para não terem que ver seus rostos imundos.Covardes.Há os que usam mascaras apenas para não queimarem o rosto ao Sol.Há os que preferem fazer tudo errado por prazer,há também os que não conseguem chegar a nenhum denominador comum.

Devia ter sido um aborto.Algumas crianças nascem por engano.Algumas crianças morrem por escolha.Deve haver algum antidoto,algum remédio que o cure de si mesmo,algo mais interessante que quatro paredes em branco.Fantasmas gritando e demônios sorrindo;como se ele sentisse medo de assombrações...

Poderia ser sua última chance para se deitar de costas e olhar o céu.Poderia ser sua última chance de pedir desculpas.Os tolos perdoam,não ouse quebrar a ordem natural das coisas.Corte suas asas antes que arranquem-nas de você,cada minuto de agonia terá seu valor,como cada grão de areia tem seu valor dentro de uma ampulheta.

Outra noite perdida.Cigarros,vodka e um comprimido de Dramin.As mesmas conclusões,a mesma derrota e a mesma solidão de todas as alvoradas.Saúde só prolonga as sensações e sentimentos inuteis.Não são necessários mais dias nem mais laços.A não ser que fosse necessário construir uma forca e tecer uma corda.Pulmões negros,coração partido,entediado e com a familiar sensação de que ninguém irá à lugar algum.E de tudo que poderia ter sido,escolheu isto.