segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Hematoma

Eu não moro no seu coração
Do seu lado é tão constrangedor
Como quando vaza a mestruação
Rasga meu sorriso pra causar mais dor
Faz tudo tão dentro do padrão
Como outro beijo sem sabor

Me machuca de novo,outro hematoma
Outra como essa e eu vou entrar em coma
Um milhão em um, mais uma hemoglobina
Olho roxo, sangue seco, cópula, vagina

O mal mora por trás de olhos verdes e um sorriso anti-séptico
Não acredita, precisa de tantas provas quanto o pior cético

Costura minha boca para eu não falar
Deixa de estar na sala de estar
Não faz diferença quanta diferença faz
Tudo é muito pouco quando é demais

Não há como encontrar abrigo
Eu sou seu maior inimigo
Nada nunca sai como o planejado
Sozinho é melhor que ao seu lado
Seu beijo tem gosto de detergente
O fim é só o começo, definitivamente

domingo, 29 de novembro de 2009

Não tenho pressa porque não tenho tempo, tantas dúvidas e nenhuma parece levar à lugar algum.Por aqui, o clima é pesado como se alguém tivesse morrido ontem, silêncio, rostos sérios e uma leve melancolia flutuando na atmosfera.Parar de pensar é impossível, e quanto mais se pensa, menos se conclui, quanto mais se pensa, menos clareza de pensamento se tem.Insanidade é relativo, mas não é uma hipótese a ser descartada.

No espelho, um estranho conhecido, um conhecido estranho.O tempo se mostra cruel com alguns que tentam viver, e tão novo, percebo que já começo a envelhecer; há um ano atrás eu não tinha olheiras tão grandes, meus olhos não eram tão fundos, meus dentes não eram desse tom amarelado e essas insinuações de rugas perto dos olhos e do sorriso (que eu não sorrio) não existiam.

Um breve momento de desespero, um pouco de dor de vez enquando até que faz bem.Algumas lágrimas de insatisfação e descontentamento talvez sirvam de gatilho para mais outra epifania passageira, daquelas que fazem sentir vontade de mudar a vida, como quando um alcólatra decide procurar o AA para recomeçar uma nova vida e três dias depois se afoga em qualquer coisa alcólica ou etílica.

Os domingos só servem para constatar que não há nada de útil na tv e que nada nunca sai como o planejado.Definitivamente, eu prefiro as segundas feiras.E eu prefiro ser alguém que escolhe à dedo em quem por a culpa, porque a culpa decididamente não é minha.Para os que gostam de mentir e enganar, até que não é tão difícil enganar a si próprio...

=========================================
"Saw my reflection and cried
So little hope that I died
Feed me your lies, open wide
Weight of my heart, not the size"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Bebedor de Lágrimas

Mamãe cortou minhas asas de novo
Ela não gosta que eu voe
Outro prego pra fechar meu caixão
É só mais um dia a menos

Como as moscas em volta da merda
Vôo em circulos e sem rumo
Meios termos são bastante atrativos
Quando não há nada acima ou abaixo

Onde quer que eu vá é lugar algum
Minha casa não é meu lar
E mesmo com você me sinto só

Interior - Respire
Exterior - Morra
Superior - Sorria
Inferior - Odeie

Coloque o dedo na ferida,
Uma pitada de sal nos olhos,
Afogue o sol com lágrimas
Enquanto eu trago um pouco de vida

Frio como os mortos, me levanto,
Eu já aprendi a morrer
Quando eu comprar esta avenida
Ninguém estará no meu caminho

Cigarros e comprimidos para o bebedor de lágrimas
Quase cego mas usa óculos
Chorou tanto que encheu o mar

Interior - Sangre
Exterior - Morra
Superior - Ordene
Inferior - Faça

sábado, 21 de novembro de 2009

Pessoas são como obstáculos, ou estão ao meu lado ou estão no meu caminho.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

(...)"Vale a pena divertir-se um instante com os imbecis, dá-se corda, eles se erguem no ar, enormes e leves como elefantes de borracha, puxa-se a corda e eles voltam, flutuam a baixa altura, aturdidos, estupefatos, dançam a cada sacudidela do barbante, com saltos desajeitados.Mas é preciso mudar constantemente de imbecis, se não é a náusea."(...)

- Sartre, em A Idade Da Razão.

Deveras verdadeiro.(Apesar de muitas vezes ter quase certeza que me enquadro perfeitamente no rótulo de imbecil.)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pessoas são iguais básicamente, você conhece uma, e conhece todas(salvo pouquissímas exceções).Atitudes previsíveis, reações mais previsíveis ainda, e um balde de merda saindo de cada boca que sempre ousa falar.Todos provam por excelência serem a mesma caricatura, o mesmo estereótipo, não temos rosto, somos todos o mesmo, e é algo detestável.

Não adianta negar que você é você e que é diferente justamente por ser você, mais uma vez estará agindo como todos, e não falo isso desejando que sejas diferente ou dizendo o que é certo ou errado, é apenas uma constatação; em vez de pulmões, temos ego dentro da caixa toráxica, que nos infla, que nos é principal e primária fonte de vida.

Depois de um certo tempo, por hábito ou convivência, você acaba por descobrir as preferências e "regras" de cada pessoa, e consequentemente, começa a pensar "sabia que era isso que ia acontecer" quando acontece; tornamo-nos previsíveis com o tempo, as máscaras que criamos (e sempre criamos) começam a não esconder tanto quanto antes, e no final, muitas vezes, quando não há decepção ou corações quebrados, acaba-se por ver que "é só isso aí", nada demais à oferecer.

O problema é que sempre esperamos algo de alguém, quando no máximo devemos saber que não devemos esperar nada de ninguém.Talvez seja por isso que algumas pessoas sempre estejam procurando por novas pessoas, precisam disso, dessa "mágica" que há no início de todas relações, dessa coisa descartável e perecível que sempre e logo acaba, no mínimo, devem ter medo de ficar sozinhas, no máximo, partem a procura de "novos horizontes" sabendo que todo horizonte será o mesmo.

Há diversos tipos de pessoas e personalidades, mas nos principais fatores e características, na espinha dorsal, somos todos impreterível e invariavelmente iguais.Não tem cura, pois não é doença, mas de fato, não somos de carne, somos ego puro.

sábado, 14 de novembro de 2009

Parabéns pra ninguééém

Ha! Um ano dessa merda.

Obrigado à todos que perderam vários minutos de suas nobres vidas lendo o monte de porcaria por aqui postada^^

Que venha mais outro ano...ou não...

Beichos ;*

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Apático, patético; apatético.Não faz a menor diferença, cada vez mais, as coisas importam menos.No tempo em que as cartas marcadas ainda eram apenas cartas, era um pouco mais fácil, era menos alardioso e desgastante tirar um ás da manga, hoje, o máximo que se pode fazer é TENTAR escapar sem arranhões.

Às vezes certas coisas fazem um sentido do caralho quando estão dentro da saua cabeça, e então você executa tal idéia ou diz tais palavras e percebe quanta besteira consegue pensar e dizer.Eu mato o tempo, eu mato o róquenrou, e acima de tudo, mato a mim mesmo; engulo minhas próprias palavras e às vezes me engasgo, parado vejo o relógio, que nunca pára; pelo menos por agora, eu sinto vontade de correr atrás de todo esse tempo perdido.

E eu decidi que é melhor queimar a lista de coisas que eu odeio nos outros e começar a lista de coisas que odeio em mim.Não que vá fazer qualquer diferença, mas passatempos novos (mesmo que sejam tão velhos) às vezes quebram um pouco o gelo, e por experiência própria, percebo que é melhor quebrar o gelo que quebrar a cara.

A rotina torna até mesmo o futuro previsível, e é melhor que seja previsível apenas o inevitável, pelo menos por agora, como os namoros no início, é mais divertido, mais informal, talvez até mais real.O céu azul é só um monte de azul, mas de fato, é bem mias bonito que as paredes porcas e rabiscadas aqui do quarto.Um pouco mais de cor pra borrar tanto cinza, espero que não me destrua dessa vez.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Hoje senti vontade de chorar e percebi que estou seco.Passar pelo Discovery Channel e pelos canais de desenho assim como se passa por todos os lugares mas não se fica em nenhum, nômade, itinerante, e inváriavelmente, só.O estado se torna forma, a forma, por sua vez, torna-se necessidade, começa-se a viver com um único propósito.E nem é tão mal assim.

 Talvez até pareça estranho, mas os momentos onde se morre um pouco, são os momentos onde eu mais tenho encontrado vida, e todos os atos, palavras e esboços de pensamentos tornam-se apenas meios para um único fim, que é sentir isso, sem nome, sem rosto, sem forma, e tão forte e puro quanto qualquer outra sensação ou momento que eu tenha notícia ou experiência própria.

 Toda e qualquer tentativa de fuga ou mudança, é precipitada e planejadamente apenas algo que funcione como gatilho para isso, que não se apresenta, mas se instala, se aloja, como se fosse hóspede, como se me usasse de quarto, de morada temporária, nômade, e itinerante, assim como eu.Sorte dos sentimentos que eles não sentem.Ou será que sentem?Se sim, inicia-se aí outro ciclo interminável.

Somos escravos da gravidade, escravos do tempo e do espaço, de obrigações, e acima de tudo, escravos de nós mesmos.Existência em si, seja vivendo ou sobrevivendo, é nada a não ser escravidão.É necessário atender às necessidades físicas, às necessidades "espirituais" e aos desejos, de certa forma, não se faz nada por vontade própria.

E se toda submissão é limitação, talvez a pior de todas seja a submissão por pura opção e gosto ao que faz mal, ao que destrói, e como as pessoas mais idiotas que amam alguém que só machuca e despreza, marchar rumo à própria ruina já deve ser um pouco melhor que marchar sem direção, sem rumo.A vida se baseia em escolhas, e desde que com devida reflexão e maturidade, tudo é válido.

É por isso que eu opto, é por isso que eu vivo.Se fosse de outra forma, não seria mais eu, e quando se ama e odeia ao mesmo tempo, quando se perde noção e razão, é uma boa deixa para pedir pro seu psiquiatra aumentar a dose dos seus remédios.Troco uma cadeira de rodas por uma cadeira elétrica.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

E no dia dos mortos, deixemos que os mortos enterrem seus próprios mortos.