quarta-feira, 30 de junho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

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Um belo dia acorda e percebe que tem um coração do tamanho das amídalas.
Perde a métrica porque percebe que cabe numa caixa de fósforos.
Como uma Fofolete.
Mas nada fofo.
Sente-se uns dez anos mais velho e uns mil anos mais morto.
Aonde estão seus amigos quando você mais precisa deles?
Boquete, banheiro público.
Não tinha escrúpulos.
Agora não tem nem mais vergonha.
Sente saudades do tempo em que reclamava de ir pra escola.
Hoje reclama de ir pro trabalho.
E não pode faltar.
Uma lista de todos os livros que ainda não leu,
de filmes que ainda não assistiu,
de lugares que ainda não foi.
Drogas e bebidas que não fazem efeito,
Como se fosse de pedra, na verdade não passa de uma bonequinha.
Tudo errado.
Tudo certo então.
Pessoas que você não convida, e só não expulsa,
pra não se sentirem como você sempre se sentiu.
Um punhado de dúvidas, falta do que fazer,
Tempo perdido, tempo o cupado, tempo passando.
E no final de tudo, uma provável única certeza.
Drama barato é como bebida forte,
Não importa o preço se embebeda.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A algum tempo eu venho percebendo gradativamente que não sou mais o mesmo.E isso está longe de ser algo bom.Meus pensamentos e vontades são enforcados e sufocados, minha pele está um lixo (não que antes fosse algo muito melhor que isso), eu me sinto velho e cansado mesmo quando descanso um dia inteiro, não tenho mais tempo e agora sobrevivo de pastéis de frango e refrescos de maracujá, e agora que finalmente me canso e sinto sono, não consigoo dormir.Eu nem sequer escrevo mais.
Ter um emprego me parece algo como alugar minha alma, ser privado de ser eu mesmo e de viver minha vida em troca de uma pequena quantia de dinheiro.Eu sempre disse que venderia minha alma, mas não imaginei que fosse fazer tanta falta assim...Acordar para ir trabalhar, dormir para ir trabalhar...e trabalhar.Talvez seja de grande valia comprar uma metralhadora com meu próximo salário.

Me sinto cansado, doente, física e mentalmente.Pessoas intransigentes são piores que tênis furado em dia de chuva.Uma arma na cara e eu não tenho mais nem meus documentos.Depois de ter uma arma a um palmo da cara você começa a dar valor à vida.E por hora, tudo que eu desejo é viver.E se eu tivesse tempo e motivos, eu realmente viveria e sorriria com todos os meus 32 dentes amarelados de nicotina.

Medo, trauma, tédio e cansasso andam de mãos dadas, como se fizessem parte da mesma gangue e se minha sanidade e integridade física e mental fossem pedágio para poder ir a qualquer lugar.E no entanto eu não vou à lugar algum.Estou cansado.Eu me rendo.Não, hoje não.

Apesar de passar oito horas do meu dia cercado de pessoas, continuo me sentindo cada vez mais só.Eu, que sempre fui uno comigo mesmo, que nunca tive companhia e nunca precisei de ninguém me sinto a pessoa mais só do mundo.Estou carente e triste como aqueles cornos de novela mexicana e das músicas do Amado Batista .Um abraço e um pouco de calor me fariam alguém feliz por alguns minutos.

Mas nunca é o suficiente.Talvez esse seja o sentido da vida.Conquistar para perceber que tal conquista é nada a não ser um passo para descobrir que há terrenos, objetos, almas e sentimentos maiores e melhores para se conquistar.Nunca é bastante para ninguém.Até que então percebemo-nos velhos e impotentes perante nós mesmos e tudo que resta é olhar para o passado.Eu não quero isso pra mim.

É mais do que eu posso suportar, mais do que eu posso oferecer, mais do que eu quero e mais do que eu mereço.Tem gente que não nasce pra viver.Acho que me enquadro nesse grupo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ctrl + C, Ctrl + V

"O mundo não vai acabar em guerra, aquecimento global ou coisa do tipo. O mundo vai acabar em chatice mesmo."

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Era uma vez uma esfera que comporta um conjunto de arquipélagos que comportam lindas formas de vida e grandes e indizíveis belezas naturais, e em sua grande minoria seres porcos com cérebros sofisticados capazes de pensar além de qualquer outro organismo vivo, que decidem o futuro do mesmo conjunto de arquipélagos gananciosa, porca e inconsequentemente.Eis o mundo como é hoje.Não que em algum dia já tenha sido de outra forma...

Depois de toda a merda que foi feita no Golfo do méxico no mês passado, os novos problemas talvez já não apareçam tanto na televisão como apareciam na semana do desastre.Talvez a morte do Gary Coleman seja mais importante para meio mundo.E a monstruosidade aliada à ganância não para por aí.Está sendo cogitado que deixe de ser feito o trabalho do greenpeace e da WWF de limpar os passaros embebidos em óleo pelo simples fato de que a possível taxa de sobrevivência deles caia para 1%.Primeiro fazem a merda e depois viram as costas.Imagino que mesmo que a chance de sobrevivência de milhares de pássaros seja diminuída em 99%, o mínimo que pode ser feito por eles é deixá-los ao menos morrerem em paz, ou viverem enquanto for possível.

Além dos milhões de peixes, toda a fauna e flora marinha e milhares de pássaros se fodem, os pescadores se fodem, as famílias dos pescadores se fodem, e como dominós enfileirados caindo, todos se fodem sucessivamente.Ninguém ganha, a não ser as empresas que encontram formas de lucrar até mesmo (ou principalmente) com a destruição.

As coisas aparentemente começam a retroceder, a "devoluir".Nos séculos anteriores os grandes homens, em especial os de negócio, procuravam lucrar com o progresso, e toda a inventividade e força gerada por eletricidade ou pura vontade e amor a causa era voltada ao crescimento, era como se cuidassem de uma pequena muda, aguardando seu desabrochar e fazendo de tudo para que o mesmo fosse o mais belo possível.

E então, como se repentinamente não houvesse mais para onde ir, decide-se lucrar com toda a dor e desordem que possa ser causada.Em vez de novas vacinas, cria-se mísseis que voem mais longe e destruam mais, o caos, a intimidação e a desordem são as novas e mais lucrativas formas de trabalho atualmente.

Tudo tem preço, e barganha-se não somente vidas humanas, mas todo o planeta.Linhas imaginárias delimitam territórios pertencentes a ninguém, quem paga mais leva, quem tem mais sofre menos, e para ter mais, tira-se de quem já tem pouco.Afirmação mais que correta.Tudo tem um preço.E o preço que pagaremos pagaremos em troco de toda essa ganância é o mais alto que se pode barganhar; a vida.

domingo, 6 de junho de 2010

Uma pausa pra fumar um cigarro na porta do trabalho, e quando menos espero, eu tenho um dos momentos para entrarem na lista de momentos inesquecíveis da minha vida.Passa a menina mais linda que eu já vi, e minha surpresa é equivalente à minha decepção e satisfação respectivamente.Ela não deve ter mais que sete ou oito anos, mas tem os olhos verdes mais lindos que eu já furaram os meus.E um rosto tão lindo, tão puro...mãos tão pequenas e um olhar despreocupado...ela sorriu pra mim.Ela que assim como todas as outras mulheres, um dia foram meninas.Ela, que como todas as outras, quando crescer irá despedaçar o coração de algum idiota que escreve coisas idiotas sobre mulheres indizíveis.
E eu só consigo pensar no "não é o que parece".Algo tão lindo e inocente, que breve tornar-se-á um monstro por assim dizer.As mulheres bonitas não tem piedade.As mulheres bonitas não tem coração.E muitas vezes não tem cérebro também, mas dessa vez isso não vem ao caso.O fato é que algo completamente absurdo aconteceu.De certa forma, eu inocentemente me apaixonei pela beleza e inocência de uma criança que eu nunca mais verei.Não sei se apenas por ser uma criança ou se por sua beleza, o fato, é que as mulheres todas, em especial as mulheres bonitas, nos hipnotizam para então atacar e destruir nossos pobres corações.No final das contas, que seria do mundo sem as mulheres bonitas e nós rapazes bobos e feios sem algo útil para fazer?