terça-feira, 24 de novembro de 2015

Good Trip / Bad Trip

Anjo caído com gosto de seiva na boca, barba molhada, na cena do crime, na cara do gol. Testemunha ocular dessa porra queimando. São cinzas ou são sombras, um protesto ou um pretexto? Marginal com o mundo na sola do pé, com a faca na mão cortando o bolo. O pecado é doce, o recado é amargo, a pista tá salgada e eu vivo de fome. Fome de vida, fome da própria fome. Vira-latas e cachorras de raça, cigarros obesos e cachaça, eu tou aceso soltando fumaça, receita pra desgraça. Apetite, sem limite. Alterego de mim mesmo, chega quando bate as dose, eu lírico, eu larica, vem de neurose, psicose, necrose, sirrose, meu peito é um cinzeiro, minha cabeça é uma favela. Saneamento básico não chega até aqui. Sem espada, sem escudo, sem guerra nem paz. O caminho é a viagem, o destino é uma miragem. Peito aberto, furado, quebrado, tenta derrubar. É maior que os arcos da lapa, a muralha da China, a puta que o pariu. Pode subir que hoje tem, pode vir, mas nem vem que não tem. Eu vou indo, nem vou, poesia pornô. Tão sublime que oprime. O mundo é meu. 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

lies lies lies

She don't lie, she don't lie, she don't lie. Com quem? 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Morte e vida na Rua Humaitá

A alma sangra, menstrua
A mente no éter, flutua
O corpo encolhe, recua
Essa noite eu morri na rua

Andando pelo asfalto enquanto chove
Sorrindo meu sorriso Kalashnikov
Inocente até que o contrário se prove
Meu olhar distante é meu revólver

Não há diabo que ature nem santo que perdoe
Quantos pássaros na mão para que um voe?
A rua não tem dono, nem eu tenho também
Quem é de todo mundo, não é de ninguém

Estóico, escroto, estranho, erótico
Lindo, horroroso, suave, neurótico
Bêbado na rua ouvindo Jimi Hendrix
Das cinzas do Marlboro renasce a Fênix