Enfia os dedos no ventilador
Morde a língua pra aguentar a dor
Se preserva quebrado, polido porém pálido
Orgulho quebrado como se fosse hímen
Com o tempo, tornou-se metade de um homem
Basicamente dramático
Essencialmente trágico
Pensa em pular
Do sétimo andar
Aperta o botão de pausa na atividade cerebral
Conserva o ego do tamanho de uma catedral
Inerte, sujo e podre, similar à matéria fecal
Quanto mais deseja, mais anseia e menos tem
Quebra o silêncio gritando por alguém
Humano, leviano, todo dia, todo ano
Insano, aceita o dano, falseia, outro engano
Mastiga, engole, consome, digere
Inflige, ataca, depreda, fere
Suspende o suspense, atiça os expectadores,
Escreve com sangue uma lista de favores
Não é o mais bonito mas é o melhor ator
Completa com fumaça o que falta de amor
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
Quando em um momento aleatório e sem nenhum motivo aparente os olhos marejam e um par de lágrimas escorre, percebe que não deseja(nem consegue) chorar apenas duas gotas e lembra-se que já não toma os remédios há um dia e percebe que sem os remédios é menos ainda, percebe que como uma metade, precisa de outra para viver em algo que seja o mais próximo possível de harmonia, mesmo que sempre tão torpe e torto.Percebe que tem um buraco no peito e sente vontade de um buraco na cabeça também; é só mais outro momento de desespero.Tem certeza de que se pudesse escolher, trocaria seu coração por um que não estivesse com defeito e trocaria seu cérebro por um que ao menos fabricasse todas as substâncias necessárias para sorrir.Percebe que felicidade não se trata de estado de espírito ou qualquer coisa do tipo, é tudo sobre impulsos elétricos e reações químicas.E talvez o pior de tudo seja o fato de que gosta de verdade de toda essa merda do jeito que é.Tenha um bom suicídio.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
E quando os anos chegam perto do fim, além de saber que pela frente ainda virão mais outro(s) tão piores ou entediantes quanto os passados, percebe-se o quanto se permaneceu inerte durante tanto tempo, o quanto podia ter sido e não foi, e principalmente, o quanto se está cada vez mais perto de lugar nenhum.Perde-se tanto tempo fazendo coisas que não se quer e coisas para os outros, que acaba se deixando de viver para você mesmo.De qualquer forma, mesmo no tempo livre, nada foi feito à respeito de tudo.
Em números, o ano de 2009 pode ser resumido à trezentos e sessenta e cinco dias, milhares de cigarros, centenas de comprimidos de imipramina, tylenol, aspirina e dramin, menos de 15 dias para começar a contar mais outros 365, dezenas de quilômetros andados à pé durante dezenas de madrugadas, alguns poucos milímetros de esperança ou o que quer que seja, quase meia dúzia de paixões platônicas e que duraram menos de uma semana, um sem número de decepções e um coração quebrado por natureza.
Uma porrada de noites sem dormir bolando teorias e planos de fuga, planos de mudar de vida e planos B, tudo uma enorme perda de tempo, ainda mais quando eu mesmo já sei que não tenho nem vontade nem tempo de mudar coisa alguma.Detesto perder tempo, mas percebi que perco tempo o tempo todo com coisas pequenas e muitas vezes sem sentido, que me desconseram e me desmontam, como se fosse simplesmente para ver como eu funciono.
Insatisfação não é necessáriamente a palavra, mas serve para preencher algumas lacunas por hora, eu sei que é tudo culpa minha.Não há do que reclamar, eu não sou aleijado, não sofro de nenhuma doença grave nem de problemas mentais (não que eu saiba ao menos).Como alguém com duas pernas pode não se dar por satisfeito?Boa pergunta.Talvez eu seja apenas daquele tipo de gente que sempre quer levar mais areia do que realmente cabe no meu caminhãozinho, não é todo mundo que nasce pra ter tudo o que deseja.
A lista de queixas e a lista de pessoas pra matar apenas aumentam, o tempo passa, e inércia parece ser a palavra chave que tranca todas as portas.Aliada a minha gigantesca inabilidade em fazer qualquer tipo de contato com qualquer tipo de pessoa, está minha sorte, ou falta de.Nunca diga que não dá para ficar pior, principalmente quando se tem certeza de que dá, e de que irá piorar.Básicamente você espera pelo pior quando tudo não vai tão mal assim, começa as coisas prevendo o fim, mesmo preferindo nunca começar nada.
Muita coisa pra pensar, muito mais tempo pra perder, muita gente pra machucar, uma nova lista de coisas pra fazer antes de morrer.Que nos próximos trezentos e sessenta e cinco dias eu perca menos tempo perdendo tempo.Neste natal, pedirei ao Papai Noel uma sub-metralhadora.
Em números, o ano de 2009 pode ser resumido à trezentos e sessenta e cinco dias, milhares de cigarros, centenas de comprimidos de imipramina, tylenol, aspirina e dramin, menos de 15 dias para começar a contar mais outros 365, dezenas de quilômetros andados à pé durante dezenas de madrugadas, alguns poucos milímetros de esperança ou o que quer que seja, quase meia dúzia de paixões platônicas e que duraram menos de uma semana, um sem número de decepções e um coração quebrado por natureza.
Uma porrada de noites sem dormir bolando teorias e planos de fuga, planos de mudar de vida e planos B, tudo uma enorme perda de tempo, ainda mais quando eu mesmo já sei que não tenho nem vontade nem tempo de mudar coisa alguma.Detesto perder tempo, mas percebi que perco tempo o tempo todo com coisas pequenas e muitas vezes sem sentido, que me desconseram e me desmontam, como se fosse simplesmente para ver como eu funciono.
Insatisfação não é necessáriamente a palavra, mas serve para preencher algumas lacunas por hora, eu sei que é tudo culpa minha.Não há do que reclamar, eu não sou aleijado, não sofro de nenhuma doença grave nem de problemas mentais (não que eu saiba ao menos).Como alguém com duas pernas pode não se dar por satisfeito?Boa pergunta.Talvez eu seja apenas daquele tipo de gente que sempre quer levar mais areia do que realmente cabe no meu caminhãozinho, não é todo mundo que nasce pra ter tudo o que deseja.
A lista de queixas e a lista de pessoas pra matar apenas aumentam, o tempo passa, e inércia parece ser a palavra chave que tranca todas as portas.Aliada a minha gigantesca inabilidade em fazer qualquer tipo de contato com qualquer tipo de pessoa, está minha sorte, ou falta de.Nunca diga que não dá para ficar pior, principalmente quando se tem certeza de que dá, e de que irá piorar.Básicamente você espera pelo pior quando tudo não vai tão mal assim, começa as coisas prevendo o fim, mesmo preferindo nunca começar nada.
Muita coisa pra pensar, muito mais tempo pra perder, muita gente pra machucar, uma nova lista de coisas pra fazer antes de morrer.Que nos próximos trezentos e sessenta e cinco dias eu perca menos tempo perdendo tempo.Neste natal, pedirei ao Papai Noel uma sub-metralhadora.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
iLiKETRAiNS
Durante as últimas semanas, no meu mp3, dentre as mais tocadas, se não "A" mais tocada, está esta ótima e obscura banda da Inglaterra; belas músicas todas baseadas em fracasso e derrota, taí, essa é MINHA banda.O passado é profetizado em voz grave, o começo torna-se fim, e tudo fica tão triste quanto ir ao cinema sozinho.E quando me mandam ouvir algo mais alegre ou "música de macho", um breve sorriso torto consegue preencher tanto vazio quanto se fosse com fumaça.Café, solidão e iLiKETRAiNS, é bem melhor que com você.Sim, você.E pra lista de melhores albuns do ano, "Hope Is Not Enough".Fikdik, ouçam.
"I bid you farewell
I'll see you in hell"
www.myspace.com/iliketrains
http://www.iliketrains.co.uk/
"I bid you farewell
I'll see you in hell"
www.myspace.com/iliketrains
http://www.iliketrains.co.uk/
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Sem Título
Dois aleijados andando de mãos dadas
O amor é lindo, o amor é manco
Não é tão especial assim
Se estiver longe de mim
Eu amo uma menina retardada
O amor é lindo mas não serve para nada
Dois monstros amando, vivendo um conto de fadas
Sirvo-lha meu coração numa bandeja prateada
Dois retardados andando de mãos dadas
O amor é lindo, o amor é mongol
Linda até os ossos, ruim até o fim
O que vai fazer pra se livrar de mim?
Eu vou comer seu coração
Bem me quer, mal me quer
E eu te quero tanto quanto uma arma
E não quero mais meu coração
O amor é lindo, o amor é manco
Não é tão especial assim
Se estiver longe de mim
Eu amo uma menina retardada
O amor é lindo mas não serve para nada
Dois monstros amando, vivendo um conto de fadas
Sirvo-lha meu coração numa bandeja prateada
Dois retardados andando de mãos dadas
O amor é lindo, o amor é mongol
Linda até os ossos, ruim até o fim
O que vai fazer pra se livrar de mim?
Eu vou comer seu coração
Bem me quer, mal me quer
E eu te quero tanto quanto uma arma
E não quero mais meu coração
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Boa noite.Ninguém em casa além do cachorro e do gato, que continuam dormindo quando levanto.Nada mais certo.Quase dois dias sem comer.Não faz tanta diferença quando se dorme mais de metade do dia.Férias são uma merda.Uma porrada de solidão.Pelo menos por hoje toda essa merda é uma merda.Não precisa nem fazer sentido.Nariz entupido, aparentemente um novo resfriado é o que eu vou ganhar de natal.Mais dramin, umas músicas, fazer café, e daqui a pouco eu já volto a dormir.E falar alto sabendo que não haverá resposta não deve ser considerado como erro, talvez eu goste da minha voz tanto quanto gosto de tudo isso.Ainda consigo chorar.Um par de lágrimas, um par de pulsos.Nem coragem eu tenho mais.É tudo questão de tempo.Não faz o menor sentido.Não tem a menor graça.Todas as lembranças e teorias falham, não parecem ser meus ou minhas, e enfim eu posso dizer que não tenho (quase) mais nada.Mas como os viciados em jogo, eu aposto enquanto tiver algo pra perder.E quando finalmente perder tudo, eu aposto meu rabo.Não deve ser tão mal assim.Boa noite.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Algo como uma espécie de sociopatia, que por vezes se se transforma no amor mais intenso e destrutivo que consigo sentir.Com a mesma sinceridade e intensidade que por algumas horas eu consigo amar alguém, na velocidade de um trem-bala, me atropela o mais poderoso ódio, o mais escroto dos descasos, e toda e qualquer companhia torna-se absolutamente dispensável.Vontade de mandar tomarnocu é uma das poucas coisas que nunca está em falta.A maior dúvida que fica é se os momentos de aparente benevolência sou eu mesmo ou se são só lapsos de insanidade.
Pra cada afirmação, o triplo de negações; dizer não não é necessáriamente mais fácil ou difícil, à propósito, qualquer coisa não tem feito a menor diferença ultimamente.Apatia é tão interessante quanto assistir ao programa do Chaves na tv, você não liga de ir fazer xixi e perder alguma parte porque já sabe de tudo que vai acontecer.E por curtos momentos, como se respirasse pra dentro qualquer coisa boa, vem à tona uma tonelada de esperança, que de tão pesada, quase quebra a espinha, e de tão opaca, se dissipa, como se fosse fumaça, dando lugar a algo pior do que era vinte minutos antes.
Não necessáriamente as coisas fogem do controle, pois não há controle algum sobre qualquer coisa, simplesmente o melhor que se pode fazer é sair antes que o teto desabe sobre a cabeça, e não sei se por preferência à coisas tortas e podres, mas qualquer coisa que parece ser abrigo começa a desmoronar assim que eu me sento e esfrego as mãos tentando afastar o frio.Com tudo(ou nada), percebe-se que é um ser essencialmente paradoxal ou apenas contraditório, que sempre corre atrás de tudo que não quer, que diz pras pessoas sempre algo que machuque na vã tentativa de não se machucar também, que prefere fazer vítimas a ser a própria vítima mas acaba se vitimizando a cada momento...É, tem dias que nem eu me aturo...ainda bem que o domingo já tá acabando.
Pra cada afirmação, o triplo de negações; dizer não não é necessáriamente mais fácil ou difícil, à propósito, qualquer coisa não tem feito a menor diferença ultimamente.Apatia é tão interessante quanto assistir ao programa do Chaves na tv, você não liga de ir fazer xixi e perder alguma parte porque já sabe de tudo que vai acontecer.E por curtos momentos, como se respirasse pra dentro qualquer coisa boa, vem à tona uma tonelada de esperança, que de tão pesada, quase quebra a espinha, e de tão opaca, se dissipa, como se fosse fumaça, dando lugar a algo pior do que era vinte minutos antes.
Não necessáriamente as coisas fogem do controle, pois não há controle algum sobre qualquer coisa, simplesmente o melhor que se pode fazer é sair antes que o teto desabe sobre a cabeça, e não sei se por preferência à coisas tortas e podres, mas qualquer coisa que parece ser abrigo começa a desmoronar assim que eu me sento e esfrego as mãos tentando afastar o frio.Com tudo(ou nada), percebe-se que é um ser essencialmente paradoxal ou apenas contraditório, que sempre corre atrás de tudo que não quer, que diz pras pessoas sempre algo que machuque na vã tentativa de não se machucar também, que prefere fazer vítimas a ser a própria vítima mas acaba se vitimizando a cada momento...É, tem dias que nem eu me aturo...ainda bem que o domingo já tá acabando.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Nas terras onde vivo, aleijados e doentes mentais são portadores de necessidades especiais, velhos são idosos e pretos são afro-descendentes.Tomam tanto cuidado com as palavras e se esquecem do mesmo cuidado em seus atos e reações.E no final, tanto esforço com falsas mesuras acaba sendo em vão; sempre saem todos ofendidos e/ou machucados.
Nas terras onde vivo, amor é algo tão banal quanto um bom dia ou um copo de café.E nessas terras, onde todos dizem se amar, vejo falsidade, tramas, deturpação de valores que não existem e ódio pelo próximo.Um judas em cada esquina.Progresso pessoal não é nada mal, mas não é me parece legal quando machuca outras pessoas, e é pior ainda quando gratuitamente se fere alguém, sem motivo, sem necessidade.E depois, o hipócrita sou eu.
Eufemismo é uma beleza, eu queria saber fazer esse tipo de coisa tão bem quanto fazem por aqui.Não que eu não saiba mentir, pelo contrário, faço-o com maestria, mas há coisas que ou não merecem ser ditas ou não merecem ser mascaradas ou maquiadas.Onde ninguém sai ganhando, não há nada além de inimigos.Nas terras onde nasci, sou estranjeiro.
Nas terras onde vivo, amor é algo tão banal quanto um bom dia ou um copo de café.E nessas terras, onde todos dizem se amar, vejo falsidade, tramas, deturpação de valores que não existem e ódio pelo próximo.Um judas em cada esquina.Progresso pessoal não é nada mal, mas não é me parece legal quando machuca outras pessoas, e é pior ainda quando gratuitamente se fere alguém, sem motivo, sem necessidade.E depois, o hipócrita sou eu.
Eufemismo é uma beleza, eu queria saber fazer esse tipo de coisa tão bem quanto fazem por aqui.Não que eu não saiba mentir, pelo contrário, faço-o com maestria, mas há coisas que ou não merecem ser ditas ou não merecem ser mascaradas ou maquiadas.Onde ninguém sai ganhando, não há nada além de inimigos.Nas terras onde nasci, sou estranjeiro.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Hoje faz exatamente um ano e um mês.E lembrar de oito anos atrás, aquela noite chuvosa, fria, o céu quase caindo, e da forma mais aleatória possível, como se caísse do mesmo céu que chorava, uma gata linda e quase morrendo aparece miando na minha janela.O ser mais puro que já vi, sem maldade, sem metas, sem preocupações...ter um cérebro menor não é um defeito, é uma dádiva.E dois olhos tão brilhantes, que inspiram um sorriso só de olhar, como sinto saudades...
Não sei se por agradecimento ou pelo simples fato de ter comida de graça, mas ficaste.E com tantos cantos na casa, escolheu ficar justamente ao meu lado, no canto onde eu estivesse, nos melhores e nos piores momentos, na saúde e na doença...provávelmente muito melhor que uma esposa.E bastava olhar para aquele par de olhos grandes e essencialmente benevolentes, que era como se dissesse; "calma, eu tou aqui".Por hoje, só paredes.Dizem que saudade vira só lembrança, até que se torne esquecimento, mas lembro de você todos os dias.Eu costumava ganhar algo como um "boa noite" todos os dias...talvez uma lambida valha mais que mil palavras.Ainda é difícil dormir sem aquele quentinho do lado, aquele barulho de motorzinho ronronando, que os gatos só fazem quando estão felizes.Faz pensar que se não era asmática, foi feliz todo o tempo que passou comigo...
Lembranças tão boas que se sorri ao se lembrar.Alguém que não exatamente era um alguém, mas alguém que nunca pediu nada em troca do amor mais sincero que eu já vi.Talvez seja só egoísmo e falta de algo que me fazia bem, mas imagino que ninguém nunca me amou tanto quanto você.E hoje em dia é tudo tão sei lá, tudo tão solitário que eu chego ao ponto de escrever quase que uma carta pra uma gata que além de não saber ler nem existe mais.De qualquer forma, você faz uma falta do caralho.Saudades, linda. =/
Assinar:
Postagens (Atom)