quinta-feira, 21 de março de 2013

"Agora ela se foi
como todas se vão.

Desta vez o negócio acabou comigo.

É um longo caminho de volta,
mas de volta pra onde?

O cara que vai na minha frente acaba de
cair.

Passo por cima dele.

Será que ela também o acertou?"


Buk

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sobre uma noite que eu prefiro esquecer

De um caderno sujo; novembro/2012

Ela não quer me ver nem pintado de ouro. Pelo menos nisso está tudo certo, pois eu não valho um tostão. Na segunda taça de vinho (e eu detesto vinho) eu começo a divagar sobre todas as coisas que eu nunca vou saber e todas as coisas que você nunca vai saber também. E tentando tirar um coelho da cartola, eu sinto como se a magia tivesse acabado. Mas eu nunca fui bom nisso, e nunca vou conseguir aprender. 
E eu me lembro de semana passada, quando em algum lugar disseram que eu vou morrer sozinho e arrependido. Parece que tinham razão, eu estou morrendo. De amor. Estranho isso, e como se eu fosse metade de mim mesmo, eu sento no chão, pra não cair.
Na terceira taça, eu recuso o vidro e começo a beber do gargalo da garrafa de plastico, afinal, vinho barato, não pede cerimonia, assim como eu, que acendo mais um cigarro desejando tocar fogo na Cantina da Serra.
Dentre todas as coisas do mundo que eu poderia desejar, você é a única, desde que eu te conheci. Estranho como a gente muda quando ama alguém. Tomara que sejam só processos químicos e terminações nervosas da minha cabeça com defeito. 
E quando a garrafa já tem menos de metade eu já não penso mais com tanta clareza, mas ainda assim penso em você, e em como eu só não falhei em falhar. Como se você me desse o presente mais bonito que eu já ganhei e eu jogasse pela janela.
Dentre tudo que valeu a pena ou dos arrependimentos, só sobra cansaço e essa falta de você, que se tornou falta de mim mesmo. Sinto que estamos perto do fim. E ainda não sei dizer se isso é um alívio ou um tormento.