Oculpação

Oculpação é o primeiro single do EP Agridoce, disponível em todas as plataformas de streaming e no youtube! Escolha sua plataforma nos links abaixo e aparte play! =*

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Èter

Éter é o segundo single do EP Agridoce, disponível em todas as plataformas de streaming e no youtube! Escolha sua plataforma nos links abaixo e aparte play! =*

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Inferno Astral pt. III - Éter

   Dentro da ampulheta me via, grãozinho de areia esperando minha vez de ser engolido pelo tempo. Os ponteiros andavam em círculos e eu também. Tateando no escuro, não encontrava o caminho de volta pra casa. Até desistir de voltar pra casa.

   Pulei do barco, homem ao mar. Nadei contra a corrente, deixei de ser coerente, me afoguei mil vezes aprendendo a nadar. Morri na praia em várias praias. E em varias praias, renasci.

   Abracei meus encostos um por um, agradeci, pedi perdão e continuei andando. Encontrei a agulha no meio do palheiro e espetei na jugular. Pela primeira vez me senti mortal. E milhões de vezes depois dessa. Acabaram as 7 vidas desse gato vira-lata.

   Comecei a cuidar do que resta a quatro mãos, e pela última vez, renasci. De tantos finais, o derradeiro recomeço. O melhor de todos. Voltei como jardineiro plantando sementes e colhendo frutos agridoces.

   Enquanto as novas sementes germinam, o mundo acaba, e ao mesmo tempo acaba de começar. Enquanto meu café esfria, o verme passeia pela lua cheia. E muita coisa acontece. Esqueço de pagar conta mas nunca esqueço de olhar pro céu.

Inferno Astral pt. I - Purgatório

https://madamamorte.blogspot.com/2016/04/inferno-astral-purgatorio.html

Inferno Astral pt. II - Redenção

https://madamamorte.blogspot.com/2017/03/inferno-astral-pt-ii.html

Samba enredo de cu é rola da puta que pariu

Os Novos Baianos estão velhos 
E a Jovem Guarda, nem se fala,
Pra cada banquete, dez famintos,
Pra cada arma, pelo menos uma bala

Um dia nada mais será como hoje é 
Mas por enquanto fortes oprimem os fracos
Já pode dançar homem com homem e mulher com mulher 
Mas continua faltando emprego no planeta dos macacos 

Quem luta por igualdade vira churrasco na fogueira
Morre em  cruz, vai pra cadeia ou é taxado de vilão
Matam centenas de Joana d'Arc todo dia 
Bala perdida sempre encontra algum João

Onde se plantando tudo cresce
Peixe fora d'água vai morrendo, se debate 
A esperança míngua e desaparece
Presidente é eleito sem nem ir ao debate
A democracia foi assassinada a golpes
Vou parar antes que me convidem para averiguação no DOPS

deus é brasileiro

O Diabo, também. 

Teoria das cordas

O fio da vida, uma corda
O corpo, uma alma transporta
Pelos olhos, a alma transborda
Pelo ar, pela voz, pela porta

Oxigênio é decomposição
Cada instante é feito de partida 
Amigo e inimigo do homem
O tempo consome a vida 

Lei do progresso progride
Em cada hemisfério cerebral
O corpo a camisa, a alma o cabide
Átomo e espírito entre o bem e o mal

De dentro pra fora 
A alma vigora 

Monólogo de Bar

Estrela Apagada

Não pago imposto nem conta de luz

Vai ver por isso minha estrela tá meio apagada

A minha casa é onde eu estiver

Faço morada em qualquer calçada

Eu vejo tudo mas quase ninguém me vê

E geralmente, quem me vê desvia

A minha vida é sobreviver

Fome tem urgência, não ideologia

Quem tá na chuva é para se molhar

E eu to na chuva sempre que chove

Não tenho muito pra compartilhar

O dia passa e a cidade se move

Não preciso obedecer patrão

Eu mesmo faço meu horário

Sua bondade faz o meu salário

Não ter trabalho dá trabalho