Desisto de desistir.Podem sorrir,gritar tão alto quanto seus nobres pulmões aguentarem e carregarem suas armas.Estou de braços abertos e tenho apenas palavras e ódio como proteção.Eu também consigo cuspir e vomitar tão longe quanto vocês,queridos vermes.Seja bem vinda de volta,destruição.
Nesse filme não há intervalo,o ar entra,o ar sai,e os olhos inquietos sempre procuram dinheiro perdido pelo chão da rua.Eu quero tv a cabo.Então eu acabo.Mais de cem canais.E não tem porra nenhuma em nenhum deles.Criaria pombos se eles não tivessem asas,viveriam soltos na sala e assistiriam aos desenhos repetidos comigo.Fumantes passivos,não teriam fôlego pra fugir correndo,muito menos voando sem asas.
Eu também te quero bem,um comprimido pra indigestão e a certeza de que teria sido melhor enfiar os dedos goela adentro e vomitar um arco-íris.Tenho quase certeza de que me arrependo por ter sentido inveja do meu irmão,na lixeira do banheiro,em pedaços vermelhos,pequeno,abortado.Não precisa de espaço,eu aceito dormir no chão,deve haver algum lugar pra mim por aí.
Minha mãe me viu nascer,e eu devo ter chorado pra caralho,gritado bem alto.Meus pulmões rosados de bebê e minha gengiva à mostra.Quando eu era criança,devem ter sorrido ao me ver alguma vez.De cabeça baixa,eu chego ao fim da rua,talvez aqui seja o fim do mundo.E agora que não há mais pra onde ir,o que eu faço?
O último parágrafo não precisa ser o fim,eu não quero morrer,tampouco,quero continuar aqui,vi-ven-do.O ar entra,o ar sai,e eu ainda não respirei o suficiente pra correr até em casa sem cansar.Juro que se minha miopia aumentar mais arranco os olhos.Meu óculos novo não é bonito,tampouco,fico menos pior sem óculos.Uma boa hora pra raspar a cabeça.Mas não gosto de navalhas,não gosto de ninguém.
Seria ótimo achar na rua um carteira cheia de notas gordas e azuis,seria ótimo saber o dia e hora exatos da minha morte.Seria lindo dar uma festa,centenas de pombos,milho,vodka e meu último maço de cigarros.Eu prefiro ser cremado e virar adubo numa plantação qualquer,por favor.Eu troco minha lista de pessoas pra matar por uma lista de coisas pra comprar.Vamos voltar pra casa eu e meu eu-lírico.A pé.Pensando no primeiro item da lista de coisas pra comprar.Eu só preciso de dinheiro.Além de um pacote de biscoitos de chocolate,um dia desses eu queria fazer sentido também.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
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2 comentários:
E o quê faz sentido, caro amigo? O quê?
Se faz sentido é funcional. Não somos funcionais, somos apenas vivos.
Capitalistas, extremistas.Valores pra coisas materiais. Eu ta,bém prefiro virar adubo. uaehuae
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