No chão,disforme,sou eu.Incrível como minha sombra tem o dobro do meu tamanho,minha maior companheira,preenche qualquer aposento se as luzes forem apagadas.Maior que a solidão,do tamanho do céu à noite.Luz é nada a não ser ausência de escuridão.Que está em todo lugar,que nos cerca,que nos preenche.Tantos cigarros e eu nunca fico satisfeito,quando corro de mim mesmo,percebo o quanto meus pulmões já não são mais os mesmos.Preciso de ar.

E como se fosse dona,a sombra anda ao lado,dentro de nós,maior que nós,provando o quanto o lado "dárque" se sobrepõe à tudo,o quanto somos ruins,o quanto somos volúveis e efêmeros.Não há ida,não há volta,circúlos não terminam,sombras não morrem quando se apaga a luz,apenas crescem,da mesma forma que dobram de tamanho se as luzes forem acesas.Analogias à parte,hoje percebi que há alguns dias converso com minha própria sombra enquanto ando na rua.E o pior de tudo,é que começo a ouvi-la responder nos melhores(ou piores)dias.Apaguem as luzes por favor,minha sombra não gosta do chão.