Trancado.Posição fetal e um pouco de dor de coração.Não vai embora, fica um pouco mais.Parte de mim parte daqui, gelado como peixe morto, profundo como trincheira.Não abandonam a sençasão de estagnação e a companhia de porcos; sentir-se pérola é barato como esterco fresco,tão limpo quanto um banho de fezes, um sorriso não machuca ninguém.
Tão grande que cabe em uma caixa de fósforos, jaz no chão e fede.Tão nobre que acorda uma úlcera e faz as borboletas voarem por dentro,e chamam essa coisinha nojenta de amor."Notas de inverno sobre impressões de verão."Aos poucos,tudo se desfaz, e assistir tudo morrer e poder morrer junto, já é um ótimo consolo.
Amar e odiar apenas por detestar o tédio,apenas por não ter algo mais (des)interessante para fazer é uma arte,é como ofender e/ou sentir-se ofendido, é um ofício sentir algo.E ignóbilmente, idealizar alguém apenas pelo prazer da desilusão da falta, torna-se a causa primária da existência.Os cinco minutos diante de ti são o ápice do meu dia, são os minutos por quais eu tenho vivido.
Tudo parte para segundo plano e cinco minutos são fusível de vinte quatro horas.E lembrar do seu rosto, da sua pele, já é intimidador o suficiente para me manter bem longe e me garantir um sorriso descontentado.Não pedir por nada disso talvez seja uma dádiva.Pulmões podres e amores impossíveis, cada vez mais perto de merda nenhuma.Andar em círculos seria bem mais divertido se fosse quadrado o suficiente.
Não morreria por nada ou ninguém além de ti, que sequer sei o nome, morreria pelo simples prazer da morte, assim como só te amo pelo prazer da dor de não te ter, não és tão especial quanto eu, que até consigo viver sem coração.Não faz a menor diferença quão nobre e belo seja algo,não faz a menor falta a falta que você faz.Nada que não vá embora junto com tudo,"amor a gente mata."Não preciso saber teu nome,basta que te chame de passatempo.
domingo, 14 de junho de 2009
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6 comentários:
amor a gente mata mesmo.
que lindo o texto.
Sensação desconfortavelmente prazerosa.
Amor a gente cria, depois mata.
Faço minhas as palavras do poeta: Tão bom morrer de amor e continuar vivendo.
Ou talvez seja melhor permanecer nesse sacrifício humano e sem piedade.
É simplesmente incrível o jeito que o ultimo parágrafo me soou mais do que um velho conhecido. Não fazia ideia de que escrevia tão bem rapaz !
Do cadáver nascem flores, alimentam-se as borboletas, se fazem florestas inteiras.
da natureza?
preencher as lacunas, repintar as paredes e dizer que é belo o incerto.
certo é que é belo.
e sabe do que mais, quando chegar perderá a graça.
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