Como se fosse ar, entra pelas narinas, preenche por dentro, perfura os poros, faz a força da gravidade curvar qualquer sorriso para baixo e esmaga no chão qualquer sentimento, logo este, o sentimento mais nobre de todos.Ou não.Desprezo é fundamental.E absolutamente necessário; protege, cultiva, (i)macula.
Não algo como conter a vontade de sorrir, e sim apenas sentir uma espécie de medo de sorrir pra ti, as pernas tremerem e chegarem ao ponto de quase me derrubarem do alto da minha inteligência só de vê-la não me vendo.Até onde vai tudo isso?Estou parecendo uma menina de onze anos com sonhos encantados e coloridos sobre amor, principes e princesas.
Polaridades diferentes, dentes cerrados e vontade de ir embora pra qualquer lugar ou lugar nenhum.O primeiro ônibus depois do seu serve.Todos os clichês baratos sobre amor se encaixam com perfeição nessas lacunas cinza e rosa, e te acompanhar com os olhos desde o outro lado da avenida e só perceber que sorrio quando você quase já chegou inspira vontade para mais outro sorriso.
À propósito, desisti dos cigarros mais uma vez.Já perdi a conta das idas e voltas, mas não faz diferença, apenas por não ser nem a primeira nem última vez que acontece.Um trago do seu cheiro quando passas torna-se quase o suficiente;inebria, sufoca.Malditas sejam as musas, vomita pra fora o coração, tudo isso não passa de vislumbre.Vislumbre de quase três meses."Amor se inventa,amor se mata".E se torna como as cascas das feridas, que quanto mais coçam, mais demoram para cicatrizar.
Asmático, anêmico e amarelo.Só falta você.Só falta eu mesmo.E ao mesmo tempo, não fazemos a menor falta.Meu altar é um ponto de ônibus e meu amor não tem nome, não mora em dicionário algum.Quem não precisa de nada não tem nada a desejar.Um sorriso por todos os conflitos contraditórios e monólogos com interlocutores que permanecem gritando todos os dias aqui dentro.
Mata o amor.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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7 comentários:
"Estou tendo problemas com a minha musa não quer mais me inspirar. [...] Ó meu amor isso não se faz isso não se usa,
Você sabe que um artista não se dá bem com a recusa..."
ecos falsos . a revolta da musa
Mas que forte e sombrio! Isso não deveria ter título mesmo. O tal amor parece-se não ter explicação... Nem mesmo os nossos [talvez] conflitos internos.
Belo texto. Obrigado pelo comentario em meu blog, rapaz.
=]
Será que matá-lo revolveria alguma coisa?
ow,que fofo :) bastante bonitinho,adoro poema em prosa,muito criativo rapazinho,tens talento,beijo
Impressiona-me cara. Consegues colocar uma força incrível nas palavras, marca mesmo.
Mata e ressucita em outrem.
Mata e ressucita em outrem.[2]
A musa do ponto de ônibus.És humano.
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