E quando me perguntam como ou porque eu me tornei tão frio e sem emoções eu mesmo não sei responder.Eu sempre vejo as pessoas pelas costas porque elas sempre estão indo embora.Todos passam e levam um pedaço e deixam alguma marca, ao mesmo tempo que me destroem, um novo eu se constrói a partir de escombros que logo é destruído para então ser construido algo novo.E as novas construções tem material cada vez mais fraco e são cada vez mais pobres e imperfeitas.
Às vezes eu até gosto de me sentir assim.Às vezes me surpreendo com minha própria falta de sentimentos, o não amar, o não odiar, o não viver; estado de torpor, apático, patético, apatético.E nenhuma boca tem gosto, e nenhum olhar tem cor, e nenhuma mão esquenta a minha.O problema sou eu.E às vezes eu até prefiro que seja assim e que eu seja o único problema.Parece que a única coisa que eu sinto é falta de sentir.E assim eu já me sinto bem.
As mentiras que eu conto e as mentiras que me contam formam lindos casais que se esfaqueiam entre si e se engasgam com seu próprio sangue.Ninguém é inocente, e ao mesmo tempo ninguém merece punições tão severas.E como papel de bala que voa por várias calçadas em dias de vento eu me deixo levar só pelo prazer do desprazer.Duas maçãs podres que juntas não dão nem metade de um pedaço bom; talvez eu só perca tempo e energia com coisas que não vão à lugar algum porque de fato não queira ir à lugar algum.Antes de preparar minhas malas eu preparo curativos e ataduras, porque se tem algo que eu nunca falho é em falhar.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
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2 comentários:
Cada um se protege como pode .
eu vou sempre me esborrachar, kamikase nata !
a falha tem em si algo de acerto. o erro tem sua beleza. a mentira tem sua verdade. a frieza tem o seu calor. a morte é mais vívida que o viver, muitas vezes, e morrer em vida é mais intenso que um óbito literal.
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