Anjo caído com gosto de seiva na boca, barba molhada, na cena do crime, na cara do gol. Testemunha ocular dessa porra queimando. São cinzas ou são sombras, um protesto ou um pretexto? Marginal com o mundo na sola do pé, com a faca na mão cortando o bolo. O pecado é doce, o recado é amargo, a pista tá salgada e eu vivo de fome. Fome de vida, fome da própria fome. Vira-latas e cachorras de raça, cigarros obesos e cachaça, eu tou aceso soltando fumaça, receita pra desgraça. Apetite, sem limite. Alterego de mim mesmo, chega quando bate as dose, eu lírico, eu larica, vem de neurose, psicose, necrose, sirrose, meu peito é um cinzeiro, minha cabeça é uma favela. Saneamento básico não chega até aqui. Sem espada, sem escudo, sem guerra nem paz. O caminho é a viagem, o destino é uma miragem. Peito aberto, furado, quebrado, tenta derrubar. É maior que os arcos da lapa, a muralha da China, a puta que o pariu. Pode subir que hoje tem, pode vir, mas nem vem que não tem. Eu vou indo, nem vou, poesia pornô. Tão sublime que oprime. O mundo é meu.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
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