domingo, 5 de março de 2017

Fotografia

Fragmento de tempo congelado para sempre, imóvel, meio que tetraplégico. Nada ali vai a lugar algum, é imutável. Porém, finito. Registro fiel de tudo que poderia ser. De tudo que já foi. Contrastes de tudo que parecia ser. O futuro a gente constrói agora. O passado também. Um sorriso verdadeiro ou um sorriso forçado, uma pose ou um clique surpresa, memórias aprisionadas em imagens para satisfazer a nostalgia. Fotografias talvez sejam o que reside entre as idas e vindas. Preenchendo ou aumentando lacunas. Deixando registrados todos os erros e acertos do homem e sua megalomania, os castelos e as ruínas construídos a partir de sentimentos e ideais. Fotografias podem encher os olhos. Esvaziar, também. No fim das contas são só imagens. No fim das contas, as melhores fotografias ainda são (e sempre serão) as que se tira com os próprios olhos.





Vi um outro eu preso em uma fotografia
Imóvel e sorrindo, como se fosse magia
Matiz do tudo e o nada que já fui um dia
Um gole de saudade,um trago de nostalgia
Início, meio e fim de uma triologia 

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