quinta-feira, 8 de junho de 2017

De um caderno velho: Férias

Eu ando tão cansado
Com o peito tão pesado
Meio empenado
Tudo fora do lugar
Nesses dias tão lotados
Mas tão vagos e parados
Meio amarelado
Já começo a murchar

Tanta correria 
Para lugar nenhum
Almoçar correndo,
Ou ficar em jejum

Tanto desperdício

Eu alugo a minha juventude pro patrão
Eu trabalho para construir um sonho
Que não é meu
Já meio cansado de correr na contra mão
Eu me perco de mim mesmo e nem me oponho
Esse aí sou eu

Tanto desperdício

Carro buzinando,
Trânsito infernal
Fumaça sufocando,
Notícia de jornal

Todo mundo com pressa
Não consigo acompanhar
Eu preciso de férias,
Se não vou sufocar
Eu preciso de uns dias
De tanta correria
Eu preciso de férias



Férias de mim mesmo

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