quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Cinza



Não sei dizer ao certo se a jornada começa ou termina por aqui, mas este é definitivamente um marco para mim. Após um longo período de trabalho, reclusão, obstáculos e superações, meu filho finalmente nasce e enxerga luz do dia. 
Coleção de canções e fragmentos de memórias, momentos, sonhos e pesadelos, Cinza é um castelo de areia construído com sangue, suor, lágrimas e muito amor. Em cada acorde e cada verso tem um pouco do meu coração. Além da dedicação (e megalomania) de gravar, produzir e tocar todos os instrumentos, foi preciso coragem para revelar muito do que meu silêncio oculta neste trabalho. Cinza é uma óde à solidão, minha maior e mais fiel companheira. 

A vida é maravilhosa, cheia de cores, sabores e nuances, mas eu vivo em p&b. Minha aura é Cinza. 


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Me  manda um alô! Vamos conversar que (quase) tudo se resolve no diálogo, rs. 

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domingo, 1 de outubro de 2017

Sobrevivente

Tem até uma merreca no meu bolso mas eis me aqui roubando doce na Loja Americana. Entrando no metrô de volta pro futuro, o abismo é o vão entre o trem e a plataforma. Todo mundo junto se sentindo sozinho e eu, expectador e antagonista do meu próprio filme de terror brasileiro.

Só pega um lado do fone e Os Afrosambas já tá terminando e já tá quase na minha estação. "Ela não sabe quanta tristeza cabe numa solidão"...

Tava com saudade da Tijuca. E a rua tá cheia de uma energia que eu não consigo explicar. Parece que tem uma galera andando comigo e eles estão morrendo de sede e volúpia. Engenheiro de castelos de areia, a planta já está feita e daqui pra lá é só morro abaixo. Do jeito que eu gosto. 

Meu pulmão já tá meio baleado mas meu pique ainda é tipo Ronaldinho. Me esquivando dos tiros igual o cara do Matrix, cada dia a mais é um dia a menos. Me deitaram de porrada e amanheci de ressaca. Comeram meu coração e eu continuo por aí, ainda tem um monte de merda pra fazer. A coluna tá toda chumbada, mas eu ainda estou de pé. Me juraram de morte e me mataram de rir. No fim das contas, eu sou sobrevivente, na selva de pedra é preciso ser cara de pau. 

De mesa de bar em mesa de bar vamos eu e meus encostos bebendo pra caralho, meu copo de whisky é o Santo Graal. Só se vive uma vez, e todo dia eu morro um pouco. Por aqui todo dia é quarta feira de cinzas mas o bloco continua na rua. Minha carne é de carnaval. E meu coração...