terça-feira, 30 de junho de 2009



Naquela época eu não bebia nem fumava.Naquela época não eu amava nem tomava remédios.O mundo não tinha cor alguma.Hoje,é tudo preto,branco e cinza.

domingo, 28 de junho de 2009

Tudo tão claro e atordoante, como só o vazio consegue ser, nenhuma questão e nenhuma resposta, apenas plenitude.Sentir falta do que não existe dá espaço pra inventar pessoas e corações e sentimentos.Que se mata, cava e enterra.Não.Persistente o suficiente pra pedir um murro na boca do estômago, não vai embora, torna-se o "mim".Inércia é o suficiente por enquanto,é melhor que a dor, é até melhor que reclamar.Logo o despertar mata as ilusões e tudo volta ao (a)normal.

Não tem a menor graça esperar por quem não vem,ou ir sem te esperarem.E todo aquele êxtase, como se o circo tivesse chegado à cidade, não vem apenas porque você também não veio.Nem virá.E é ótimo não ter problemas pra se preocupar ou pessoas com quem se importar; você em um altar e eu só o visito quando desejo, só te amo quando quero.Por fim, dormir mostra-se um ótimo remédio contra a insanidade, e única coisa que talvez sirva de proteção é o "acima de tudo amar a si próprio".

Um coração.
(Se tiveres um.)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

E o ser humano mais uma vez se mostra simplesmente fraco e inapto, a própria antítese da vida.Dois dias acordado e a jornada parece chgar ao fim, corpo pesado, rosto cansado, olhos ardendo.E eu não pedi nada disso, apenas desejo desfrutar do meu tempo e dormir não é uma das minhas intenções, pelo menos não nos últimos dois dias.Café como anfetaminas e cigarros como balas, não há a menor superioridade em precisar parar para morrer por algumas horas, dormir é renegar a vida, devia ser opcional, como quando se toma comprimidos quando se deseja deixar de existir por um tempo, mas não ,dessa vez tudo que importa é continuar de pé, crescer, de alguma forma, não deixar apagar a chama.Colocada ao vento. Fraco demais para viver vinte quatro horas por dia, o ser humano precisa de descanso.Sorte de quem tem sonhos.Ou não.E derrotado, mais uma vez, tudo que meu corpo pede é tudo que eu não quero dar.Vou dormir.Simplesmente para precisar dormir depois que acordar de novo.Um sorriso.Idiota.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O auge precede a queda,vem antes de tudo fenecer e murchar por completo,e talvez esse seja meu auge;meu auge de idiotia solitária e do sentir pena de mim mesmo.Não consigo parar de beber,não consigo parar de fumar,ser saudável ou sentir algo útil.É difícil ajudar as pessoas,é dificil conseguir se importar com alguém que não seja você mesmo.

E numa tarde tão sóbria e nublada quanto a de hoje,o silêncio cansa de me ouvir.Pego o telefone e digito oito números aleatórios,uma voz idosa atende,odeio velhos,são fracos,"dignos" de respeito e pena,mas é tudo que tenho;

-Alô?
-Boa tarde.
-Quem tá falando?
-Ninguém.

Um pouco de conversa e alguém aparentemente tão sem alguém pra conversar quanto eu não desliga e prefere me ouvir.Nomes são vagos demais,mas conhecer alguém sem rosto é tão interessante quanto amar alguém de verdade;é um ideal,é uma história,é uma farsa.E ela fuma Camel e gosta de gatos,tem um filho que não vê há anos e não tem ninguém.E eu,pela primeira vez pareço me importar com alguém.E é sincero.

Alguém perfeito é alguém que não necessáriamente existe.Alguém perfeito é alguém que eu conheci.Alguém perfeito é alguém que eu nunca mais conversarei.O telefone tem dez numerais e uma combinação infinita para conhecer outras pessoas perfeitas em outras tardes imperfeitas.Um ótimo passatempo para minhas quintas-feiras.Eu também sou alguém perfeito.Longe de você.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Impermeável,Inexorável,Inoxidável
Dentes amarelos e unhas afiadas
Nas minhas costas

E como num cativeiro rosa,sorri
Um beijo na boca e uma bala na cabeça
Profundo como trincheira,
Frio como amor

Vagina,cópula,sorriso
Menstrua na cama e sai pra trabalhar
Câncer mental

Hematoma,cinza,coração
Cheio até as bordas
Cansa de se cansar
Sufoca,perde o ar

99 maneiras de morrer,
O Kama Sutra suicida,
Um pouco de tédio e nada pra fazer
TV preto e branco e outra dose por favor,
Solidão é uma ótima companhia
Quando não se tem nada a declarar

domingo, 14 de junho de 2009

Trancado.Posição fetal e um pouco de dor de coração.Não vai embora, fica um pouco mais.Parte de mim parte daqui, gelado como peixe morto, profundo como trincheira.Não abandonam a sençasão de estagnação e a companhia de porcos; sentir-se pérola é barato como esterco fresco,tão limpo quanto um banho de fezes, um sorriso não machuca ninguém.

Tão grande que cabe em uma caixa de fósforos, jaz no chão e fede.Tão nobre que acorda uma úlcera e faz as borboletas voarem por dentro,e chamam essa coisinha nojenta de amor."Notas de inverno sobre impressões de verão."Aos poucos,tudo se desfaz, e assistir tudo morrer e poder morrer junto, já é um ótimo consolo.

Amar e odiar apenas por detestar o tédio,apenas por não ter algo mais (des)interessante para fazer é uma arte,é como ofender e/ou sentir-se ofendido, é um ofício sentir algo.E ignóbilmente, idealizar alguém apenas pelo prazer da desilusão da falta, torna-se a causa primária da existência.Os cinco minutos diante de ti são o ápice do meu dia, são os minutos por quais eu tenho vivido.

Tudo parte para segundo plano e cinco minutos são fusível de vinte quatro horas.E lembrar do seu rosto, da sua pele, já é intimidador o suficiente para me manter bem longe e me garantir um sorriso descontentado.Não pedir por nada disso talvez seja uma dádiva.Pulmões podres e amores impossíveis, cada vez mais perto de merda nenhuma.Andar em círculos seria bem mais divertido se fosse quadrado o suficiente.

Não morreria por nada ou ninguém além de ti, que sequer sei o nome, morreria pelo simples prazer da morte, assim como só te amo pelo prazer da dor de não te ter, não és tão especial quanto eu, que até consigo viver sem coração.Não faz a menor diferença quão nobre e belo seja algo,não faz a menor falta a falta que você faz.Nada que não vá embora junto com tudo,"amor a gente mata."Não preciso saber teu nome,basta que te chame de passatempo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Jantando comprimidos.

domingo, 7 de junho de 2009

E toda dor,aparentemente é nada mais que preencher o tempo vago,o vazio interior e o fazer de nós mesmos um pouco mais importantes,nobres sofredores,nobres perdedores;e se tanta dor se faz presente,um grande vazio jaz por aqui.Claustrofóbico,pequeno demais pra um quarto desarrumado,como se o teto estivesse descendo,como se as paredes estivessem prestes a se tocar.

Soluções fitícias para problemas fictícios.Remédios pra dormir e comprimidos para dor de cabeça,e o "morrer tentando" já é morrer,tentativas são vãs e tolas.Caos vazio e sistemático,tudo decompõe devagar,peça por peça,é tudo carne,tudo sobre nada.Nada de errado,tudo bem,tudo igual.Paredes são boas ouvintes,monólogos em silêncio não incomodam ninguém.

Previsível como o relógio,o futuro de alguém sem futuro,termina ontem,começa amanhã,não vai à lugar algum.Tempo é algo que apenas se acumula,preenche espaço e mata as coisas,alguma hora as horas haverão de cessar,o tempo tornar-se-á tão grande que claustrofóbicamente,sufocará.É tempo demais pra faltar tanto tempo,está tudo atrasado.

A vida tem se parecido com as tardes de domingo,tediosas,prestes a escurecer e se arrastando,e ainda há os que odeiam as segundas,e ainda há os que conseguem dormir.Parece sempre ser tarde demais,tarde demais pra tentar corrigir erros,tarde demais pra acertar ou pra fazer algo.Tarde demais.Quase segunda-feira.

Solicita-se provas de amor.Fácil demais enjoar das pessoas,mais uma vez,tudo questão de tempo,uma por mês,também enjoo de todos vocês.Nenhum pouco de sono,e o melhor dos remédios é que uma hora eles fazem efeito.

segunda-feira, 1 de junho de 2009