domingo, 20 de setembro de 2009

Fenecer talvez seja o sinônimo mais apropriado para transcender.O tempo e o espaço (re)agem sobre os seres e objetos de forma degenerativa, e os mesmos não transcendem ao tempo e ao espaço, e sim ambos aos seres e objetos.Seja mental ou fisicamente, em progressão, murchamos e erodimos, acabamos por ser nada além de matéria em mutação; no final, o topo da cadeia alimentar nada mais é que alimento para a base da pirâmide.

Escolher foco para o potencial e objetos específicos para preocupação ou tese, não faz a menor diferença, além de perda de tempo, é perda de energia.E outro ano chega perto do fim, e mais uma vez, a sensação e a constatação de que caminhando com as próprias pernas, não se chega a lugar algum, e começa-se a sentir o peso do tempo, das escolhas e dos excessos, seu corpo já não faz as mesmas coisas com a mesma eficiência e vigor, e principalmente, não foi feito nada.Nada além de reclamar e de esperar.Esperar por o quê?Boa pergunta.

Falta sentido, falta sentir.Torpe, em modo de espera, me sinto um mentiroso.Menti para mim mesmo e para os poucos que estavam ao redor, como se fosse regra, nada sobra, todos vão e os restos viram alicerces de torres tortas.Já ouvi por aí que o topo é solitário mas posso afirmar que o limbo é bem pior.

3 comentários:

Um disse...

"Porque a única certeza da vida é a morte"
Enquanto os dias passam, não ganhamos idade. Perdemos tempo restante. Se esperar fosse solução seríamos felizes sem ao menos tentar. E quando o fim parece cada vez mais próximo não podemos apenas lamentar as escolhas não feitas e sim tentar amenizar o sofrimento do tempo que nos resta preenchendo-o com o que nos satisfaz.

Katrina disse...

Esse último paragráfo me atingiu como uma bofetada

Marji disse...

Pois é, mais um ano.
E a unica merda que fiz foi nada.

"Dizem que o topo é solitário, mais o limbo é bem pior"

Verdade.