Já esta de manhando
E eu ainda não dormi
Não quero ir pra casa
Nem ficar aqui
É de encher os olhos
De esvaziar também
Pão de cada dia
Glória a deus, amém
Chega sem aviso
Entra sem bater
Fica sem convite
Parte sem dizer
Como um cão de rua
Num lugar comum
A barriga nua
Sem apreço algum
Uivando pra lua
Por um desjejum
De mim
Vem com tanto peso
Mal consegue andar
Senta-se à mesa
Sempre tem lugar
Te faço um café
Pra te agradar
Assim
Elefante branco
Me olhando dali
Sentado no canto
Boca de siri
Presente de grego
Se abraça a mim
Rosa espinhosa
Olhos de marfim
Vem no meu pescoço
Faz uma sangria
Beija minha boca
Artista tão fria
Prepara uma tela
Pinta o meu dia
De cinza
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
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