terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pedras

Palavras são pedras. Com pedras se constrói castelos. Ou simplesmente se amontoam, pedregulhos, inértes, estáticos inúteis. Há ainda as pedras que se atira. A pedrinha atirada na janela do quarto da amada para chamar sua atenção para uma serenata e a pedra que se atira na água só pra ver quantas vezes ela irá "quicar" entre a água e superficie, sem motivo algum, puramente por curiosidade ou tédio. A pedra que se atira para estilhaçar tetos de vidro como se não fossem nada e as pedras que atira nos condenados até a morte em certas culturas.
"Veio com 4 ou 5 pedras na mão."   
...
E nem construiu merda nenhuma.
Monólitos de diferentes tamanhos, espessuras e densidades pra dar e vender, pra tomar e esconder. Com palavras se constrói e se destrói, ou simplesmente não se faz nada. Valem milhares ou coisa nenhuma, e como pedras, como quase tudo na vida, tem seus pesos e medidas. E parece que em algum ponto da humanidade, se tornaram algo tão banal como respirar. Respirar, que faz viver. Palavras, como entulho. De um prédio demolido, ou de algo em construção. 
O que você quer dizer? Eu não quero dizer nada.
Quantas pedras você tem? Eu tenho meu silêncio. 
Rocha tão grande quanto o everest. 
Pedras são lanças e escudos, principalmente. Carne tão frágil, sempre evitando qualquer tipo de sangramento. Nem tanto assim, se sangrar em outro lugar. Tá doendo? Nem senti...
Ataques periféricos proferidos sem aviso e sem que se perceba nos derrubam ou derrubamos os outros. Nestas terras pantanosas onde se mata para não morrer, escondam seus cadáveres!
Para que não reste pedra sobre pedra 
Eu não digo nada.

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