quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Contabilizando, pra alguém que não sabe nem amarrar os próprios tênis direito, até que não tá tudo tão mal assim...

domingo, 18 de outubro de 2009

Trocando de pele.Como as cobras.

sábado, 17 de outubro de 2009

Nasceu chorando.Quando era bebê, proavavelmente, uma das primeiras palavras que aprendeu foi "adeus".Aprendeu a andar sozinho.Caiu pra caralho no meio do caminho, tropeçou em cima de muitos, e de certa forma, mesmo que se arrastando, sempre passou po rcima de tudo e todos.Ouvir os gritos das crianças brincando e sempre ter que só ouvir talvez tenha ajudado em alguma coisa, tem gente que já nasce velha.

 Chega em casa e enfia os dedos na boca, de forma que empurrem as amídalas pra dentro e vomite tudo que aflige, não tem êxito, mas como se gostasse do gosto azedo, por vezes prefere repetir a experiência.Cresce entre livros e desenhos animados.Percebe que Pica-Pau é o único que tem dois palavrões num só nome, e sem querer, tem como ídolos os piores exemplos possíveis.Toma cuidado, de forma que se torne um ídolo de pedra.E quase consegue.Mas ainda tem coração.

 Com o tempo, degrada, erode, se fode.Aprende a não aprender nada, e ao invés de procurar verdades, cria mentiras como bichos de estimação, bom monologador, sempre teve bons amigos imaginários que sempre matou.Não sai de casa, pois tem medo de pessoas.Desenha nas paredes do quarto.Fuma escondido dos pais.E com um pouco mais de tempo, vira um monstrinho quase adulto, que quase sempre perde na seleção natural.

 Faz do artificial, do sintético, fonte de vida, refere-se a si próprio na terceira pessoa, pois sabe que além de tudo, é um mero personagem.Preenche o vazio com fumaça e esquece de fazer sentido quando quer e quando precisa.Sabe que quando as palavras faltam é melhor ir embora ou ficar calado.E percebe que as palavras começam a faltar.

 
"Certos homens nascem póstumos."Seria necessário morrer para comprovar, ou é apenas arrogância demais?Provávelmente, trata-se apenas de pura arrogância mesmo...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Estou nu,
Se quiseres, mostro meus ossos
Estou entediado,
cospe de novo
Estou cansado,
De esperar por você
Estou morto,
Me enterra de novo

E eu amo cada centímetro de pele,cada pêlo,meu amor
Te amo com tanto ódio, deve até te causar dor
E eu destruo todas as aparências e todos os sinais
Apenas porque já previ todos os nossos finais

Belas pernas e um coração horrível
Sabe exatamente onde ferir
Meu inimigo favorito,
Desisto antes de desistir
Inacessível como Vênus
Tão podre quanto eu
Confere os estragos que faz
Pois procura motivos para sorrir

E eu guardarei cada dente podre que você extrair
E eu remendarei o meu coração sempre que você o partir
E eu irei morrer um pouco sempre que você morrer
É difícil, e é tão ruim quanto consegue ser

Me fode,
Mastiga e engole
Me ame,
Me lambe e me beija
Me ajude,
Encosta e aperta
Me salve,
Aponta e atira

terça-feira, 13 de outubro de 2009

E quando as reticências tomam o lugar de pontos finais, é quando eu percebo que virei uma mera interrogação...Sem resposta...Não-tem-fim.

É isso aí garotada.

domingo, 11 de outubro de 2009

E em mais uma saga ébria em mais uma noite curta o bastante para não se perceber o tempo passar, eu assumo o papel de grande ouvido que ouve todos os sofrimentos e lamúrias dos fracos e oprimidos."Minha mulher me largou e eu estou sofrendo tanto e bliblibli e eu preciso de mais uma cerveja, e ir ao cinema sozinho é tão triste e eu estou tão cansado e desolado e bliblibli."

É tão ruim assim ser e estar só?Se a questão é sempre o EU que sofre, o EU que está só, o EU que quero ficar legal e etc, devia-se investir mais tempo consigo próprio, curando todas as aflições, como se fosse um pastor de igreja de crentes; seres humanos se adaptam fácil e rápido à qualquer ambiente com água, comida e oxigênio, solidão está longe de ser um problema, e é muito possivelmente, a solução.

Se dói tanto, substitua o alguém que falta, todo novo amor pode ser maior e mais sincero que o anterior, toda dor termina; não é nada difícil acabar com problemas quando se empenha de verdade.E a dor vira memória e a memória vira esquecimento, somos extremamente aptos e sujeitos à adaptação e superação dos problemas.Que nem são realmente um problema.Quanto mais melhor.E é essa sorte de atitudes e exemplos que faz eu me sentir menos imbecil.

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"Love...is a way of feeling
Love is a way of feeling less alone
So what's all the fuss about?!?
(...)
I'll wait for the night to come
So far, suicide at home
For I'm not the man you know...
This love,it's about control"

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

E ela gostava das mesmas músicas, dos mesmos filmes, dos mesmos pintores e dos mesmos livros, só não gostava de mim.

Eu entendo bem pra caralho a frase do "Nada é perfeito."

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um beijo com gosto de sabão não é o suficiente para roubar meu coração, não tenho nem certeza se ainda tenho um.Três bolinhas não são mais suficientes para me fazer dormir, estou preso à carne em todos os aspectos.Dez cigarros não são o suficiente para me satisfazer, quanto mais eu sufoco, menos eu desejo respirar.

Auto-boicote, eu me saboto.De alguma forma, e por alguma razão desconhecida, quando eu não quebro as costas, eu arranco as pernas de qualquer oportunidade ou chance de sair daqui ou (teóricamente) ser feliz.Talvez seja apenas preferência, eu devo realmente gostar pra caralho de reclamar e estar em estado de inércia, enferrujando e envelhecendo, como um objeto que se compra mas não se usa.

Tudo não é tão mal assim, além de suportável, chega até a ser confortável nos seus melhores dias.Mas deve haver alguma cura para todos os problemas, ou pelo menos para boa parte dos mesmos.Após um tempo, as coisas começam a perder a graça, e quando eu não enjoo das coisas ou das pessoas, são as coisas ou as pessoas que enjoam de mim.É como se quanto-mais-você-prova-menos-graça-tem, como nas histórias de viciados, que precisam de cada vez mais para se sentirem completos.
 
E como os animais que desafiam o chefe do bando e perdem, eu sempre volto pra casa para lamber minhas feridas sozinho, derrota não necessáriamente é sinal de falta de habilidade ou potencial, é hora de provar isso, hora de fazer algo a respeito de qualquer coisa.

Medidas quase desesperadas para tempos quase desesperados.Eu prefiro quebrar o silêncio a quebrar as costas mais uma vez.Chega de palhaçada.A partir de agora,ponho os pingos nos "Is" com buracos de bala.

sábado, 3 de outubro de 2009

Analogias inúteis pt 2

Minha vida tem ido tão lenta e fraca quanto minha conexão discada.As imagens demoram para carregar e os negócios legais demoram meses para baixar.À propósito, um ótimo passatempo é asssistir as barrinhas de download encherem e ver as plaquinhas das pessoas subirem e descerem no msn.

:)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009



Como se fossem uma centena de pedaços, chegam quase que um por um, vêm do céu, formam uma única criatura, e junto consigo, trazem um vento morno e suave,literalmente reconfortante.Chegam famintos, e não sei qual de nós é pior, mas tenho quase certeza de que somos bem parecidos, usamo-nos; eles, por fome, por sobrevivência, eu, por simples e pura solidão.Alguns grãos de milho no chão e eu ouço uma centena de pares de asas se afagando, pego uns papéis amassados, e tenho uma nobre platéia para ouvir poemas ruins e uma lista de reclamações, que sempre é repetida, como se fosse para nunca esquecer o que fere e dá algum sentido para continuar.
Palavra após palavra, é cada vez mais confortável, cada uma parece valer um grão de milho, e ao longo da praça, mesmo os mendigos sorriem com suas respectivas namoradas desdentadas e suas garrafas de pinga, todo alguém tem outro alguém.Há alguns dias não faço contato físico com pessoas.Eu pagaria uma dose para cada mendigo se pudesse confraternizar com eles.Me sinto só, me sinto vago, sensível, contraditório e chato, como se estivesse em tensão pré menstrual.E meus pombos comportados, ouvem sem desdenhar nem rir, mas não oferecem uma asa amiga; o milho acaba rápido, é preciso comer sem sentir o sabor, se é que milho cru tem algum sabor.
Questões sem respostas e o último punhado de milho, "tempo é dinheiro", e apesar de ter tempo quase que de sobra, moedas de cinco centavos só compram balas.Os pombos têm sorte por ter para onde ir e para onde voltar, nunca estão perdidos, sua vida baseia-se em manter o rumo, sobreviver e se reproduzir, não muito diferente da vida dos homens, mas muito mais simples.

Após alguns poucos minutos, voam um por um, assim como chegaram, e os que sobram, como se fossem família, voam todos juntos, deixando algumas penas e a brisa quente que troxeram.Permaneço inerte, no mesmo lugar, que não é início nem fim, e não vou à lugar nenhum.Definitivamente.