terça-feira, 24 de março de 2009

No peito,o sentimento familiar e amargo de não estar indo à lugar algum.Toda a inércia dos últimos dias,toda a falta de emoção e sentimento,e dentro de tanto vazio,consegue ecoar bem alto uma frase dita com voz de veludo.

-"Você está sozinho".

E só não se sente mal porque não se sente nada.O que eu fazia enquanto tudo esfriava e morria?Esperava.Por olhos,por sorrisos,por qualquer coisa que fosse melhor que a sensação de estar preso dentro de uma caixa de sedex que nunca vai ser entregue.Talvez seria menos pior se não houvesse esperado por nada,as pessoas sempre se decepcionam desse jeito.

Tanta obsessão em procurar algo se tornou numa grande procura por nada.O tempo se arrasta tã orápido que acabamos por nos sentir enganados quando ele urge e nos deixa sós.E todas as lembranças e fardos se tornam você.São o esqueleto de tudo que consegue ser dito,de todas ações e reações.Parabéns,o mundo criou outro desiludido,outro pedaço de gelo.

Saber que o tempo não volta talvez seja um grande conforto.Toda a derrota e solidão não passam de piadas sem graça,daquelas que contam mas ninguém ri.A não ser eu.É tão confortável como é que dá até medo tentar sair.Não preciso de ninguém mais pra culpar,já consigo ser o dono desses belos frutos azedos chamados culpa.

4 comentários:

Adriana Gehlen disse...

uma grande procura por nada.
que ódio.

Diana Valentina disse...

eu acho que a culpa de todas as nossas grandes decepções é só nossa.
se a gente fosse à procura de amar, pelo ato de amar e não pra satisfazer o ego, talvez fosse diferente.

Anônimo disse...

Quando encontramos o nada, acabamos por encontrar o tudo, pois, afinal, o tudo não passa de muito nada...

Anônimo disse...

O nada, o nada que preenche todo nosso vazio! :T
e não fique preso à amargura da culpa, ela consegue nos petrificar.

beijos