segunda-feira, 6 de abril de 2009

E torna-se cada dia mais difícil aguentar o peso da minha própria cabeça sobre meu pescoço.Como se substituísse a consciência que me falta.Andar pelas ruas olhando pra baixo,procurando por dinheiro perdido,contando os passos e andando o mais rápido que as pernas conseguirem me levar.Eu não tenho medo de pessoas,definitivamente,mas ainda assim fujo.

Ninguém ama ninguém.Ninguém.Ela já tentou descobrir como é ser alguém que baseia toda sua força em toda sua fraqueza.E não é nada.Dúvida me lembra folhas secas,das que não conseguem se quer se prender à uma árvore.Ótimo,não estão presas.Faz sentir-se tão completo quanto uma pilha de livros lidos pela metade,reconfortante como vodka e como o céu.

Fácil demais,como se fossem todos iguais,como se não houvesse nada entre um lado do abismo e o outro.O ator vai embora e o palco fica escuro,vazio.E o silêncio diz muito mais,aplauso nenhum,platéia nenhuma.Vai embora.Sozinho.Pra não voltar nunca mais.E tudo que pensas,foi criado aí dentro,o real é bem pior,e tudo que esperas é o que senão uma projeção?E esperas.Algo.Quando ele não tem nada.É injusto.É cruel.E as vezes,parece tão difícil quanto amarrar os dois sapatos.

3 comentários:

mayara c. disse...

Quando se anda olhando pra baixo, não caímos em buracos. E sempre aparece algum troco por aí.

O mundo e as ruas continuam cheios de fumaça e de ninguéns. E o tempo passa e se o mundo fica cada vez mais cheio de nada.

É só não amarrar os cadarços que o tombo espera...

Diana Valentina disse...

levanta a cabeça.
eu acho melhor.
dá pra olhar nos olhos. dá pra ver o que tem láááá na frente.
=)

Leandro Jardim disse...

bom texto, bom estilo!