domingo, 3 de janeiro de 2010

E quem diria que dois mil e dez anos após a morte do tão querido e odiado Jesus ainda estaríamos por aqui e chegaríamos onde chegamos...mercado de ações, pirataria, internet, música digital, terrorismo, biodiesel, aquecimento global, Hopenhaghen, e tudo isso pago com miséria, mortes e dor.Não que tudo isso não haja trazido nada de positivo, pelo contrário, mas a questão é o preço do progresso, o caminho tortuoso que é obrigado a passar todo ser que tenta e deseja crescer.

Pode-se dizer que se encerra outro período social, evolutivo (ou seja lá como se chama) do gênero humano.Após a revolução industrial, temos mostrado o melhor e o pior do homem com tamanha intensidade e gravidade, que parecemos chegar cada vez mais perto de não ter mais o que evoluir devido ao instinto destrutivo do ser humano; se constrói para destruir e se destrói para construir, somos escencialmente contraditórios e brilhantes.

Uma revolução por dia, uma invenção por minuto, soluções para problemas que se tornam soluções e soluções que acabam se tornando novos problemas, para cada passo adiante, dois ou três para trás, tanto progresso se mostra relativamente inútil.Toda luz que trouxemos acabou nos cegando, deixando-nos talvez até mais cegos do que éramos na escuridão da ignorância.

O poder se concentra nas mãos de poucos que ditam as regras e tendências, que somos obrigados a seguir para fazer parte de uma sociedade, mesmo que não queiramos, misantropia protetiva torna-se crime e opinião própria torna-se motivo de chacota.Enquanto bilhões sofrem e padecem, algumas centenas bebem destilados e fumam charutos caríssimos em salas refrigeradas.O mundo é injusto, a sociedade é injusta.E talvez até seja melhor dessa forma.

Começa o fim de outra década, e pelo menos por aqui tudo parece sem rumo e sem alternativas, todo o progresso alheio não tem o menor significado para mim, me sinto anos luz atrás do resto do mundo, e tudo que desejo é conseguir alcançar e ultrapassar à todos.O mundo inteiro muda, menos eu.E eu preciso mudar.Não por necessidade, mas por puro capricho e carência.Preciso de mudanças, de minha própria revolução.É minha vez de começar algo, nem que seja uma guerra.

6 comentários:

Marji disse...

Como dizem, é o preço do progresso.

Anônimo disse...

Meu caro, a guerra é produto da paz, se continuar o ócio criativo talves lhe leve a guerra, nem que seja entre lápis de cores.
Qualquer um pode ser "estrela" do abismo e do espaço, o que você quer pode ser aquilo que você faz, pode flamenjar, onde você ta não existe bicho-papão, vai sempre avante no nada infinito.
Flamejando teu rock, o teu grito.

Mas como vai você saber sem tentar?
Pois o homem é o exercício que faz.

Feliz 2010 Renato Russo!

Julia Barreto disse...

Muito bem escrito esse post. Concordo com muita coisa que disse..
Fiquei assustada quando vi "Madame Morte" nos meus comentários do meu blog, mas depois que li gostei.
Vou te adicionar.

Fabi Penco disse...

Ele sempre arrasa. Mesmo sendo madame morte.beijos

Anônimo disse...

Verdade. Um dia eu largo tudo e vou pra Cuba, como se fugir do capitalismo fosse a solução. Na realidade, não se pode viver em sistema algum. O capitalismo é o progresso e o socialismo é o arcaico. Quem vive lá quer mudar pra cá e vice-versa.

Minha solução é ser egoísta em um nível atroz. Olhando para o meu próprio umbigo, penso em mim mesma. Olhando ao redor dele, escrevo.

Não importa disse...

Vc é fantástico, garoto. Se estiver viva, quero reler esse texto daqui a 50/60 anos, só pra comprovar o quão atual isso q vc disse ainda será.