quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Eu tenho fãs.Literalmente,uma centena deles.Ou mais!E eu chego na praça com minha mochila velha e surrada e sento no banco verde,tiro um saco de milho e um caderno velho,despejo um pouco de milho no chão e espero alguns segundos.Vêm todos eles,voando pra mim,famintos,sedentos por algo que não se define com palavras.E eu acendo meu cigarro.

Começa a leitura dos poemas mais sem graça,e eu conto todos os meus segredos em voz baixa pra que nenhum velho jogando baralho ouça.Minha praça.Meus pombos.E o chão,cheio de folhas secas,de papéis de bala,de cigarros fumados,como se fosse um cinzeiro gigante.E els me ouvem,e respondem com calor,com carinho,mesmo cinza,mesmo sujos,os pombos não têm medo de monstros.E enquanto dura o milho,os pombos permanecem,meus poemas tolos não têm fim,eu não tenho escrúpulos.

Solidão.Eles tem ouvidos mas têm preço.E eu sou deixado sozinho com o dia nublado e meus cigarros.O céu nublado e um pouco de tosse de velho,os tênis velhos e o chão.Por dentro,um sentimento de que nada tem valor algum,de que não tem ninguém pra salvar ninguém e a solidão socandomeus dentes.Tédio e preguiça de me levantar.Mas eu preciso ir,ainda tenho psiquiatra às 11.Doente.

Outro dia em lugar nenhum,que tédio.

3 comentários:

Anônimo disse...

Você conseguiu transferir as sensações que sinto quando vou a praça vazia a tarde e me jogo em um banco.

Henrique Hemidio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Henrique Hemidio disse...

Não disse que vc é socialista
disse que EU sou socialista e blá blá blá
mas ó
esse negócio de que terceiro mundo se fode na mão de gringo é papo de comuna hein...
flw!