sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não ouço meus próprios conselhos.Os pensamentos apertados como num pacote de sedex.Ouço vozes.Só falam merda perto de mim.Cheiro de sopa estragada,todos podres e azedos.E eu ainda consigo ser amargo em dobro.Era uma vez alguém que tinha sonhos;acorde alguém com sonhos,cafeína ajuda.

A lucidez do despertar e a boca com gosto de ferrugem,a verdade não deve ter um gosto melhor que isso.Pra sempre é só um tiro na cabeça,não faça promessas nunca mais.E antes de represar o grande rio de aguas pretas,deixe que a correnteza leve todos os vestígios de passado embora.

Solidão tão sóbria que faz sorrir.Não faz mal algum,não dói,pelo contrário,supre os impulsos de matar e morrer.Auto suficiência.Menos masturbação.Eu preciso de alguém.Não quero nomes,não importa a cor dos olhos nem se gosta de The Kinks ou Animals.Os laços só servem pra se enforcar.Viva a carne,viva quem não necessita um coração.

E eu tenho minha melhor amiga enterrada no jardim,Mimi morreu e eu nem dei adeus.Egoísta.Os padres não devem usar roupas debaixo sob as batinas.Uns filhos da puta.Eu também consigo ser livre.Sem saúde,sem (F)utilidades e horários,não há necessidade de adotar planos B,de pensar formas novas de ganhar a banca ou de ir embora sem ter que pagar.

"I welcome destruction with open arms."

Ácido e amargo,é tão intenso que consigo sentir as cores do som de uma gargalhada cínica.Gosto de fumaça na boca,pulmões cada vez mais negros.O que não te mata,te deixa mais puto.

2 comentários:

isabela. disse...

é amargo na boca, e desce ácido, queimando o que há pela frente.
verdade?

fato é que a solidão é um luxo. Mas nem todos gostam desse luxo pras suas vidas. É egoísmo demais querer viver sozinho.

*gosto daqui.


:*

isabela. disse...

tenho um nojinho (se dá pra chamar assim) de pessoas demasiadamente falsas, demasiadamente podres ou que não tirem a bunda da cadeira pra mudar suas vidas.

e tenho a felicidade de estudar com pessoas agradáveis. Não todas, mas uma minoria que me satisfaz bastante.

(:

domingo a enxaqueca acabará, já que o sábado se destina ao confinamento caseiro atrás de sorrisos forçados.